O Atlético Mineiro fez valer na noite desta quarta-feira a condição de melhor time do Brasil na atualidade da maneira que designa os melhores: conquistou o bicampeonato da ao vencer o por 2 a 1, na Arena da Baixada, em . Na prática, o time mineiro só confirmou a taça, ganha nos 4 a 0 no Mineirão na primeira partida da decisão. Campeão estadual e brasileiro, o Atlético garantiu a Tríplice Coroa na temporada.

Além da taça, o time mineiro, que havia sido campeão em 2014, garante R$ 56 milhões de premiação em seus cofres.

A melhor temporada da centenária história do Atlético-MG – a fundação ocorreu em 1908 – só não foi perfeita porque o time ficou pelo caminho na Copa Libertadores. Foi parado na semifinal pelo Palmeiras, que acabaria campeão.

De uma coisa o Athletico não pode reclamar: de falta de apoio. Os torcedores do time paranaense fizeram de tudo para empurrar o time dentro da arena – fora, ocorreu atos desagradáveis como as pedradas no ônibus com a delegação mineira, que teve um vidro quebrado, sem consequência para os jogadores. E como o teto retrátil da Arena da Baixada foi fechado sob o argumento da chuva, o estádio se tornou uma panela de pressão.

O problema para os paranaenses é que o Atlético não é o melhor time do Brasil por acaso. É também uma equipe “cascuda”, que soube explorar o inútil recurso utilizado inicialmente pelos jogadores do Athletico: o jogo pesado, às vezes violento, argumento típico dos derrotados. E desprovidos de inteligência.

Isso porque, a cada jogada mais ríspida, os jogadores do Atlético se estatelavam no gramado, parando o jogo. Ótimo para quem tinha quatro gols de vantagem.

GOL ANULADO – Quando percebeu que havia uma chance de reverter o resultado seria jogando, o Athletico até fez gol, em lance em que Cittadini cruzou e Pedro Rocha concluiu, mas o gol foi anulado com auxílio do VAR porque a bola tocou na mão do atacante.

Mas, para piorar, as poucas esperanças dos paranaenses acabaram de vez aos 24 minutos, num contra-ataque do Atlético. Com espaço, Vargas rolou para Zaracho na direita. O argentino avançou e cruzou rasteiro para Keno completar.

O Athletico sentiu o gol e nem a única jogada que tinha, os cruzamentos na área, conseguiu fazer por algum tempo. Já o time mineiro, bem posicionado em campo para interceptar as tentativas adversária e com bom repertório de jogadas ofensivas, acabou criando dois boas chances de ampliar.

Para o Athletico, além de inferior técnica e taticamente, as coisas não davam mesmo certo. Tanto que aos 38 minutos perdeu por contusão Renato Kayzer, bom jogador, mas ontem muito descontrolado e mais preocupado em discutir do que em jogar. Ao ter de sair, o atacante deixou o campo chorando copiosamente.

Na etapa final, com o time mudado, o Athletico fez pressão, criou boas chances e teve um gol de Mingotti anulado por impedimento milimétrico do atacante.

O Atlético, porém, tinha a seu favor o fato de poder esperar apenas o tempo passar. Ainda assim, teve chances e ampliou aos 30 minutos, quando Hulk recebeu de Savarino, invadiu e encobriu Santos com um belo toque de esquerda.

Derrota sacramentada, a torcida paranaense deu uma demonstração de amor ao time, reconhecendo o trabalho dos vice-campeões. E foi recompensada com o gol de honra, marcado por Jaderson aos 41 minutos. Festa mesmo, porém, fez a torcida do melhor time do Brasil.

FICHA TÉCNICA:

ATHLETICO-PR 1 x 2 ATLÉTICO-MG

ATHLETICO-PR – Santos; Marcinho (Khellven), Pedro Henrique, Zé Ivaldo e Abner; Erick, Léo Citadini (Jader), Christian (Canesin) e Terans; Pedro Rocha (Jaderson) e Renato Kayzer (Mingotti). Técnico: Alberto Valentim.

ATLÉTICO-MG – Everson; Mariano, Igor Rabelo, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Jair (Tchê Tchê) e Zaracho (Savarino); Hulk (Sasha), Vargas (Nacho Fernández) e Keno (Calebe). Técnico: Cuca.

GOLS – Keno, aos 24 minutos do primeiro tempo. Hulk, aos 30, e Jaderson, aos 41 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Renato Kayzer, Abner, Vargas, Cittadini, Jair

ÁRBITRO – Anderson Daronco (RS).

RENDA – Não divulgada.

PÚBLICO – 34.050 pagantes.

LOCAL – Arena da Baixada, em Curitiba (PR).