Time grande é carregado de grandes expectativas. E essas expectativas servem como uma fonte de pressão em cima de dirigentes, elenco e principalmente técnicos que se sentem na obrigação de fazerem jus ao que espera dos mesmos em termos de resultados em jogos e, consequentemente, títulos.

Não por menos que são poucas pessoas que conseguem manejar a pressão de comandar um grande time brasileiro. E o jovem Tiago Nunes almejava – e ainda almeja – se tornar um destes nomes. Por isso o mesmo aceitou já no ano passado o desafio de comandar o Corinthians em 2020, com a visão de quiçá recolocar o time entre a elite do futebol brasileiro lançando mão do estilo de jogo com foco em posse de bola e ofensividade enquanto se mantinha a solidez defensiva no último terço do campo.

Mas a ão de Tiago Nunes não seria das mais fáceis. Já nas projeções de casas de aposta como a Betfair, o Corinthians não ocupava uma boa colocação, sendo tido como novo favorito ao título da Série A brasileira. E os resultados em campo com Tiago no comando acabaram sendo ainda piores do que a expectativa da casa, com o Timão em décimo-quarto lugar após oito jogos no torneio.

 

 

Tiago já se encontrava em situação difícil antes mesmo do começo do Brasileirão. A falha em conquistar o tetracampeonato estadual para o Corinthians no mês passado, após derrota por 4 a 3 nos pênaltis para o arquirrival Palmeiras, deixou o jovem comandante em maus lençóis. Entretanto, a diretoria corintiana decidiu ser paciente com o técnico que mesmo em trancos e barrancos, conseguiu colocar o time na final do .

A aposta não deu certo. Em oito jogos no Brasileirão até então, o Corinthians só obteve vitórias contra o recém-promovido , por 3 a 1; e contra o Goiás, que se encontra na última posição da tabela, por 2 a 1. Enquanto isso, derrotas contra Atlético Mineiro (3 a 2), (2 a 1) e Palmeiras (2 a 0) confirmaram os temores da torcida de que Tiago não tinha ainda a habilidade de armar esquemas de jogo que poderiam trazer resultados positivos em jogos contra grandes .

E assim, sua saída foi confirmada. O relacionamento do técnico com seus jogadores já entrava em desgaste, e os diretores do time já não confiavam mais em seu trabalho. Isso em combinação com os maus resultados em campo, serviu tão somente para confirmar sua saída do time quase nove meses após sua chegada ao time.

As dificuldades de Tiago são algo que se encontra em qualquer ambiente, seja de trabalho ou de estudo. A pressão da performance em uma empresa maior que a anterior em sua carreira, ou a tomada de mais responsabilidades em uma nova instituição de ensino ao se buscar uma especialização mais profunda em sua área, são coisas difíceis de se lidar caso não se tenha uma rede de apoio propícia para o seu sucesso.

No caso de Tiago, seu perfil arrojado fez com que ele aceitasse a oferta de ocupar a vaga de técnico do Corinthians talvez sem considerar as condições atuais do clube. O time paulista está à procura de voltar “às cabeças” desde a primeira saída de Fábio Carille em 2017, quando o mesmo levou o Timão ao título do Brasileirão. E mesmo Carille não conseguiu reposicionar o time numa estrada rumo ao ascenso, em sua volta para o time no ano passado.

Agora o Corinthians terá de volta ao comando o interino Dyego Coelho, que fará de tudo para entregar o time nas melhores condições possíveis para seja lá quem substituir Tiago. Entretanto, Dyego pouco conseguirá fazer para reformar as estruturas do clube – estas que impedem o Corinthians de voltar aos seus dias de glória em definitivo.