Nos pênaltis, o disse adeus ao sonho de sua terceira conquista da na história nas oitavas de final. O novo empate em 0 a 0 contra River Plate, nesta terça-feira, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, fez com que a decisão da vaga fosse para a marca da cal e, desta vez, o goleiro Fábio, ídolo dos cruzeirenses, acabou não brilhando. O herói da noite foi Franco Armani, que pegou duas cobranças e, com uma vitória de 4 a 2, levou o atual campeão a mais uma fase de quartas de final do torneio continental.

Sem marcar há seis jogos, a equipe do técnico Mano Menezes volta as suas atenções agora para as duas frentes que ainda mantém: o Campeonato Brasileiro – no qual está na zona de rebaixamento – e a Copa do Brasil – chegou entre os semifinalistas e decide vaga na decisão contra o Internacional.

O time argentino, por sua vez, segue na luta para buscar a sua quinta Libertadores, a terceira na década sob o comando do técnico Marcelo Gallardo, e agora enfrenta o vencedor do confronto entre Cerro Porteño e San Lorenzo, que na primeira partida ficaram em empate sem gols na Argentina.

A partida começou com um River Plate ousado. Tal qual ocorrera na partida de ida no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, o time de Marcelo Gallardo adiantou bastante a marcação e encurralou os mineiros em seu campo de defesa. Mas a primeira chance de perigo no jogo foi do Cruzeiro, com Pedro Rocha fazendo Armani operar um milagre aos 15 minutos, em uma bola que, após escorrer pelo braço do goleiro em conclusão do lado direito, explodiu na trave argentina.

A partir de então, o domínio voltou a ser argentino, especialmente em jogadas pelo lado direito. Foi por lá que surgiram as duas melhores chances do atual campeão sul-americano antes do intervalo. Uma com Borré, em lance que proporcionou bela intervenção de Fábio, e Ignácio Fernandez, arriscando chute de fora da área que passou muito próxima da trave direita do arqueiro cruzeirense.

Logo após a volta para o segundo tempo, o cenário do jogo mudou muito pouco em relação à etapa inicial. Era o River Plate quem ditava o ritmo da partida, enquanto que a equipe brasileira apostava na cautela e na escolha de um momento para o bote certo

Durante boa parte do segundo tempo, por sinal, a posse de bola argentina era bem maior, sempre rondando os 60%. A questão é que, em meio à tanta tensão para não proporcionar um erro que poderia ser fatal, com o passar dos minutos, as duas equipes erravam mais e mais passes – no final, foram 30 para o time mineiro e 52 para o de Buenos Aires.

Neste panorama, o Cruzeiro, embora tenha se mostrado mais aceso no segundo tempo, não teve sucesso nas tentativas de saída em velocidade e só assustou mesmo uma vez, em subida do lateral Orejuela pela direita. O colombiano tentou cruzar para área e quase acertou o gol de Armani, que espalmou para escanteio, aos 12 minutos.

O River Plate, por sua vez, não tinha vergonha de tentar arremates de média distância – 13 chutes a gol contra 9 do Cruzeiro -, mas a pontaria não esteve entre os melhores quesitos do dia e o placar terminou igual ao da semana anterior.

Na disputa dos pênaltis, lugar frequente para os cruzeirenses nos últimos anos, aconteceu o que não ocorria desde 2006. Naquele ano, o Santos eliminou o time azul da Copa Sul-Americana na primeira fase do torneio – 1 a 0 para o Cruzeiro no tempo normal; 4 a 3 para os santistas nos pênaltis.

Nesta terça-feira, quase 13 anos depois, o desempenho invariavelmente brilhante do goleiro cruzeirense nos últimos anos não se repetiu – desde então, eram cinco vitórias em cinco duelos da “marca fatal” vencidos pelo time mineiro.

Incrédula, a torcida predominantemente azul no Mineirão acompanhou as duas defesas de Franco Armani, diante de Henrique e David, e viu ainda Fábio ser deslocado em todas as cobranças argentinas, com De La Cruz, Montiel, Martinez e Borré, decretando o triunfo do River Plate por 4 a 2.