Ele dirigiu a entidade de 1974 a 1998

 

O ex-atleta olímpico e ex-presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), João Havelange, morreu aos 100 anos nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro. Ele passou por diversos problemas recentes na saúde. Em julho, foi internado no Hospital Samaritano. Dirigiu a Fifa de 1974 a 1998, quando se tornou presidente de honra da entidade.

Presidente de honra da Fifa, João Havelange morre aos 100 anos no RioNa juventude, Havelange teve sucesso nos esportes de piscina, chegando a competir na natação durante as Olimpíadas de 1936, em Berlim, e no polo aquático, nos Jogos de Helsinque em 1952 – mesma modalidade pela qual foi medalha de prata no Pan de 1955, na Cidade do México.

Filho de um comerciante de armas belga, nasceu no Rio no dia 8 de maio de 1916, com o nome de batismo Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange. Formou-se em Direito e atuou como advogado, além de empresário, chegando a dirigir a empresa de ônibus Viação Cometa.

Foi membro do Coi (Comitê Olímpico Internacional) de 1963 a 2011. Em sua gestão como presidente da Fifa, criou as Copas do Mundo das categorias de base.

Sua trajetória foi polêmica, com várias repercussões positivas, como quando foi indicado para o Nobel da Paz de 2012, e negativas, como a acusação de envolvimento em esquema de corrupção da ISL, antiga parceira da Fifa, junto a seu genro Ricardo Teixeira.

Escândalos

No prefácio do livro O Lado Sujo do Futebol, de Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni, Amauri Ribeiro Jr e Tony Chastinet, o ex-jogador e senador Romário (PSB-RJ) acusa Havelange e Teixeira de enriquecerem com meios ilícitos. “Os dois não hesitaram em transformar a paixão dos torcedores em um modelo de negócios corrupto e lucrativo apenas para si mesmos e para os seus cúmplices”, diz o texto do craque.

Outro livro que acusa o ex-dirigente da Fifa e o genro de corrupção é o CBF/Nike, de Aldo Rebelo e Sílvio Torres, que chegou a ser censurado no Brasil. O livro deu origem à CPI da CBF/Nike, em 2001, na qual Havelange depôs junto a mais 124 acusados e testemunhas. 

 

(Com informações da ESPN Brasil, Folha e Época)