‘São um registro do que eu fui no passado’, disse atleta

Depois de ter vários tweets preconceituosos e homofóbicos resgatados por internautas, e ser alvo de críticas na rede, a nadadora da seleção Joanna Maranhão desabafou em seu Facebook na tarde desta quarta-feira (10) e afirmou que não apagará publicações, pois mostram uma realidade do passado.

No post, ela ressaltou que faz parte da cultura do Brasil crescer com a dificuldade de respeitar as diferenças entre as pessoas. Ela justifica a afirmação, citando a influência machista, racista e homofóbica.

“Ao longo das nossas vidas, por ausência de uma educação pública de qualidade, que nos faça enxergar e perceber que cada pessoa é diferente da outra e que uma não merece ser menosprezada por outra em razão disto, a maioria de nós, se não todos, introjetamos esses preconceitos e reproduzimos nas nossas relações sociais, como se fosse algo natural, e não algo que nos é passado culturalmente. Eu não sou exceção! (sic)”, escreveu.

Ela ressalta, que o resgate de seus tweets ocorreu, após um desabafo feito, por ser vítima mais uma vez de ataques criminosos na internet. Ela confessou a autoria dos ataques, mas pontuou sua mudança e arrependimento.

“Alguns de vocês recuperaram publicações antigas minhas no Twitter – de anos atrás – para apontar uma suposta hipocrisia e incoerência da minha parte. Sim. Eu publiquei há alguns anos tuites discriminatórios contra LGBTs, misóginos, contra pessoas gordas, contra trabalhadoras sexuais e pode ter coisas contra outras minorias estigmatizadas também. Mas as pessoas podem mudar se buscarem conhecimento! E, felizmente, hoje eu mudei minha forma de pensar e ver o mundo.
Peço desculpas a todas e todos que se ofenderam com esses meus tuites antigos, em especial a Ariadna(sic)”, afirmou.

Para finalizar a publicaçao, a atleta disse que não irá apagar seus posts antigos. “Não vou apagá-los, porque eles são um registro do que eu fui no passado e são uma lembrança para que eu nunca esqueça que temos preconceitos dentro de nós. Acredito que o importante é termos essa consciência para perceber os nossos erros, admitir que os preconceitos estão enraizados em nós e dispostos a quebrá-los todos os dias. Eu mudei, e estou disposta a fazer essa mudança em mim todos os dias. Torço, de coração, que tudo isso que aconteceu nos últimos sirva de reflexão para que mais pessoas podem enxergar seus próprios preconceitos e fazer o possível para serem pessoas melhores (sic)”, finalizou.