Preparação da festa

 

Integrante da equipe de produção e organização das cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas do Rio de Janeiro e da solenidade que marcará oficialmente o início dos Jogos Paralímpicos, o professor de Educação Física, Mauro Palmeira Mota, nascido em Corumbá, vive dias de correria na Cidade Maravilhosa. “Está corrido pelo curto espaço de tempo que temos”, disse ao Diário Corumbaense ao se referir ao período de preparação da festa de encerramento da 31ª edição dos Jogos Olímpicos da era moderna.

Maurinho, como o corumbaense é mais conhecido, foi contratado para o trabalho e contou a este Diário quais foram as atividades que exerceu na mundialmente elogiada cerimônia de abertura, realizada no dia 05 de agosto. “Fui uma das seis pessoas responsáveis pelo cast moviment, que é a movimentação do elenco. Pegar o elenco das áreas de maquiagem e roupas e levar para onde entrariam para apresentação. O show dependia de nossa movimentação, dos stage managers (gerentes de placo, numa tradição livre em português)”.

Mesmo dentro do local onde aconteceu o gigantesco evento artístico, ele disse que o contato com os atletas olímpicos foi pequeno. “Contato com atletas não tivemos, a movimentação deles era com outra equipe, diferente da nossa. Tive pouco contato com atletas da Suécia, Tunísia e Noruega enquanto saíam dos ônibus e seguiam para o Maracanã, onde aconteceu a abertura”, afirmou a este Diário.

A trajetória para chegar lá – numa equipe com apenas quatro brasileiros (dois de São Paulo, um de Porto Alegre e ele de Corumbá) e integrantes italianos, mexicanos e espanhóis – foi relembrada por ele. “Meu trabalho continua sendo limpo, sincero, claro e muito bem executado. Nunca foi para puxar a perna de alguém, nunca passei por cima de ninguém. Estou pronto, sei das minhas responsabilidades. Vou dar o máximo do que puder”, destacou.

A proporção e a importância da atividade que executava só foram percebidas momentos antes do início da cerimônia de abertura. “Ficamos aguardando começar, estava parado na frente de uma das entradas e passou um filme na minha cabeça, de tudo o que eu fiz para chegar ali. Quando começaram a entrar, respirei fundo e pensei ‘não tem mais jeito de voltar, de dar errado’. Continuamos e deu tudo certo. Nossa felicidade foram os comentários do mundo todo falando da abertura”, declarou.

“Sabia da responsabilidade, do que fazer, mas não tinha noção, era um trabalho a mais, estava simplesmente fazendo o meu trabalho. Não houve reclamações, foi perfeito, mas ainda temos duas solenidades. Na véspera da abertura eu vi equipes de reportagens no Maracanã e muita gente em volta. Foi quando respirei fundo, tive aquele minuto de silêncio comigo mesmo e senti a responsabilidade. Vi o que estava fazendo e onde estava”, concluiu o professor corumbaense que volta para sua terra natal no dia 08 de setembro, um dia depois da abertura das Paralimpíadas.