Surpreso com demissão, Luxemburgo ataca gestores do Flamengo
Segundo ele, o Conselho Gestor foi decisivo para a sua demissão
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Segundo ele, o Conselho Gestor foi decisivo para a sua demissão
Quase um ano depois de voltar ao Flamengo, seu clube de coração, o técnico Vanderlei Luxemburgo viu a porta fechar na sua cara poucos dias depois de ouvir do presidente Eduardo Bandeira de Melo que era fundamental para o projeto. Segundo ele, o Conselho Gestor foi decisivo para a sua demissão. “A diretoria tem pessoas boas, amenas, sérias, mas com relação a propostas profissionais, ela é complicada. Tem um grupo de gestão complicado. Eu e o Rodrigo Caetano (diretor-executivo), um dos melhores com quem trabalhei, não somos ouvidos. Eles não sabem nada de futebol. Podem saber de gestão nas empresas, mas o que sabem de futebol?”, disse.
Elenco e diretoria
“Jogadores maravilhosos, grupo que muito tempo eu não pego, treinam bastante, querem conquistar o seu espaço. A diretoria tem pessoas boas, amenas, sérias, mas com relação a propostas profissionais, ela é complicada. Tem um grupo de gestão complicado. Eu e o Rodrigo Caetano, um dos melhores com quem trabalhei, não somos ouvidos. Eles não sabem nada de futebol. Podem saber de gestão nas empresas, mas o que sabem de futebol? Saiu no New York Times que são competentes, mas tem que ganhar títulos e ter ídolos. Desde o ano passado, reivindico que faltam dois jogadores para chamar a responsabilidade. Caso contrário, vira um grupo comum. Este grupo precisa de referências. Incomodei por não estar alinhado porque entendo que o Flamengo não pode jogar fora da sua casa. Estava junto na proposta deles, mas tenho minha opinião. Se o Flamengo tiver dois ou três jogadores de nível, vão esquecer rapidinho esta questão de jogar fora de casa. O elenco é bom e versátil e o presidente disse que eu era fundamental para contratar jogadores. Daqui a pouco, vão chegar dois jogadores e eu deixei de ser fundamental. A hora que o Flamengo botar este peso nas contratações, o Flamengo vai subir. Aqui, ele rende de uma maneira diferente. Jogador ruim fica bom, quando tem craque, o bom fica ótimo e o ótimo fica melhor ainda”.
CT do Flamengo
“Flamengo tem o melhor CT do Rio de Janeiro, mas é acanhado. Voltei e encontrei o mesmo CT. Este conselho gestor tinha que ir mais uma, duas, três semanas para conhecer um pouco mais. Jogadores se cotizaram para comprar uma borracha no vestiário. Tenho experiência e se fosse gestor do Flamengo iria aproveitar o know-how do Luxemburgo e do Rodrigo, não abdicando deles”.
Negociações
“Participei e participo sempre das negociações, como o Rodrigo Caetano. Liguei mais de 10 vezes para o Robinho e pode ajudar e muito, mas eles não querem. Nunca deixei de conversar e esta é minha história. Fred Luz e Wrobel também estavam juntos comigo”.
Volta ao Flamengo
“Vim para o Flamengo em um momento que o time estava quase morrendo afogado. Vim porque achei importante a minha chegada e deu no que deu saindo da confusão. Não me arrependo e tenho orgulho em ter ajudado o Flamengo a ficar na primeira divisão. Como flamenguista, saio com a sensação de conquista de título ter deixado meu time na Série A”.
Motivo da demissão
“Fui demitido pela minha personalidade e os gestores querem quem diga amém. Discordar de jogar fora do Rio de Janeiro não pode. Sai do Flamengo como outros saíram, como o Jayme e o Ney Franco. Todas as vezes que as críticas apertaram no Flamengo, o caminho mais fácil era cortar este ou aquele, desviando o foco. Se tivesse um diretor firme, eu poderia permanecer”.
Saídas do Flamengo
“Se você pegar a história do Márcio Braga, com o fato de não ter bola, o Kleber Leite com o Romário e a Patrícia Amorim, com o Ronaldinho Gaúcho, você vai entender porque saí das outras vezes, mas não me arrependo de não ter saído para o São Paulo, Internacional e outras situações”.
Conversa em Atibaia
“Quando eu estava em Atibaia, o Wrobel e o Fred Luz foram lá incomodados com algumas declarações minhas sobre as condições do CT e o fato de jogar fora do Rio. Isso incomodou o conselho gestor e eles não querem que você fale nada contrário”.
Projeto 2016
“Tinha interesse em não deixar o Flamengo e queria continuar com mais tempo de contrato. Quando surgiu o São Paulo, falei com eles que queria continuar no Flamengo até 2016, mas eles não entenderam assim”
Convênio com Nova Iguaçu
“O Nova Iguaçu tem uma estrutura melhor que todos os clubes no Rio e fazem um grande trabalho na base. Eu e o Rodrigo não participamos desta negociação, ajudando para dar ideias, porque poderíamos ajuda neste sentido, mas aqui não é assim”.
Traição
“Ninguém vai conseguir mudar o futebol. Não tem traição, futebol é o que é e não vai mudar”.
Problemas no CT
“Um centro de treinamento é fundamental para o futebol para você trabalhar. Você não pode, por falta de aparelhagem, ficar com o jogador muito tempo em recuperação. Tudo que foi feito foi alinhado, termo que eles gostam de usar, com a diretoria. Trabalhamos com competência e dentro das limitações que poderiam atuar”.
Conselho Gestor
“Estas pessoas que estão no Flamengo são extremamente competentes nas áreas de atuação. Votei na Patrícia e eles não se opuseram a minha chegada, independentemente do meu voto, mas continuei sendo da Patrícia. Voltei pelo Flamengo e ajudei a sair da zona da confusão. Em muitas reuniões internas, falamos muitas coisas e eu continuava sendo da Patrícia. Eu saí, mandado embora por eles, mas continuo da Patrícia”.
José Luiz Runco
“O departamento médico não tem a estrutura suficiente para trabalhar. Errei, o Runco errou e o Melo também, temos que olhar para trás”.
Futuro
“Fiquei aqui pelo projeto Flamengo. Hoje, pensando friamente, o São Paulo tem o melhor elenco do país. Estou no mercado e vou ouvir propostas. Tem dois clubes que gostaria de trabalhar: São Paulo e Internacional. Recusei pelo Flamengo”.
Reforços
“Não consegui ter um time no Campeonato Carioca , seja por lesão, jogador que bate e volta. Futebol não é uma ciência exata e precisa de conjunto. Começamos o Campeonato Brasileiro com os mesmos problemas, sem o Cirino. Quando criei este elenco era para trazer dois jogadores que se juntariam a esta garotada, mas faltou este detalhe. Flamengo tem um grupo bom, mas que vai brigar do meio para baixo na tabela”.
Arrependimento
“Tem que acabar com esta história de ser mercenário. Todo mundo tem direito de avaliar a proposta de trabalho e pode analisar o que chega. Estes membros do conselho gestor também avaliam nas suas empresas. Ligava autorizado por eles. Nunca falei com nenhum jogador sem autorização da diretoria. Fiz na presença deles e se usarem de maneira diferente, tenho testemunha para fazer isso”.
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