O rival será quem passar de Tigres x Inter

Dezenove nove anos. Foi este o tempo que o torcedor do River Plate esperou para ver o próprio time em uma final de Copa Libertadores da América. Foram quase duas décadas de campanhas encerradas precocemente, títulos do maior rival, Boca Juniors, eliminações para equipes menos capacitadas e espera. Muita espera. Que acabou nesta terça-feira, 21 de julho de 2015. Depois de muito tempo, o time millonário enfim terá a oportunidade de decidir o maior título da América em duas partidas.

O passaporte para a grande decisão da Libertadores foi conquistado diante do modesto, mas perigoso, Guaraní-PAR, em pleno Defensores Del Chaco, no Paraguai. Depois de vencer o jogo de ida por 2 a 0, em Buenos Aires, o River não se limitou a atuar na defesa mesmo fora de casa e quase pagou caro por isto. Levou 1 a 0, salvou bola em cima da linha, mas teve o brio necessário para não ser mais vazado, arrancar empate por 1 a 1 e carimbar vaga à final da Libertadores. Confira como foi a partida em detalhes aqui .

O rival será quem passar de Tigres x Inter. O time colorado venceu o duelo de ida, em Porto Alegre, por 2 a 1, e agora precisa de um simples empate nesta quarta-feira, no México, para avançar. Os jogos decisivos do vencedor deste confronto diante do River Plate acontecerão no meio das próximas duas semanas, na casa de cada time.

Pancadaria? Excesso de faltas? Erros de passe? Falhas de arbitragem? Confusão? Esqueça tudo isto. Nesta terça-feira, o “clima de Libertadores” só se fez presente no show que as torcidas proporcionaram nas arquibancadas do Defensores Del Chaco, em Assunção. Guaraní-PAR e River Plate fizeram partida muito boa e técnica, recheada de lances ofensivos e emoção.

Depois de trocarem ataques e não balançarem as redes na primeira etapa, apesar de leve superioridade do River, as duas equipes voltaram do intervalo com a mesma atitude. A diferença foi que os mandantes superaram o goleiro Barovero e abriram o placar, com Fernando Fernández.

O gol impulsionou o Guaraní ao ataque e por pouco não provocou outro balanço de rede dos paraguaios, que levaria a decisão às penalidades. No momento mais agudo do jogo, o craque do River, Carlos Sánchez, mostrou humildade suficiente para voltar ao campo de defesa e salvar em cima da linha bola indefensável a Barovero. Foi um gol psicológico para os argentinos, não há dúvidas.

O gol físico aconteceu poucos minutos depois, com Lucas Alario. Ao receber de Viudez e encobrir com enorme categoria o arqueiro Alfredo Aguilar, o jovem atacante de 22 anos não só deu o empate ao River e marcou pela primeira vez na Libertadores. Ele encerrou um jejum de 19 anos. Que incomodava, magoava, entalava a garganta dos torcedores millonários. Os 10 mil fanáticos que “invadiram” o Defensores Del Chaco, por sinal, não hesitaram em arranhá-la com gritos incessantes até o término do confronto. O River está de volta à final da Libertadores!