Técnico admite altos e baixos do Verdão na temporada

O técnico Marcelo Oliveira admitiu após a derrota por 2 a 0 para o Sport, neste sábado (24), no Pacaembu, que o vem sendo um time inconstante e que ainda não há uma equipe padrão neste final de temporada. Apesar do tropeço, o comandante espera que não haja influência emocional nos jogadores e na torcida para o confronto com o , pela semifinal da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira.

– O Palmeiras está inconstante mesmo. Nós não temos um time padrão, o palmeirense não consegue escalar o Palmeiras. Ou por contusões, que coincidentemente aconteceram muitas em um setor só, ou porque temos que trocar por produção ruim de um jogador. Mesmo assim, o Palmeiras está disputando o G4 e para ir à final de um campeonato. Nós entendemos a insatisfação, também não estou satisfeito com o que está acontecendo, nem ninguém no Palmeiras – analisou o treinador.

O Verdão tinha a chance de entrar no G-4 do Brasileirão neste sábado e fechar a rodada na quarta colocação, sem depender de outros resultados, já que o Santos empatou sem gols com o Figueirense. Para Marcelo Oliveira, as quatro derrotas nos últimos cinco jogos não têm relação com a qualidade do time, mas sim com a falta de entrosamento.

– Acho que temos qualidade e comprometimento, todos trabalham muito e temos ambiente muito bom. Nunca disse que não tínhamos qualidade. Uma coisa é qualidade, a outra é o time – opinou.

Precisando de uma vitória por 1 a 0 para avançar à final da Copa do Brasil, o Palmeiras volta a campo diante do Fluminense na próxima quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), na arena.

INTERFERÊNCIA NA COPA DO BRASIL
“Eu espero que não (interfira na quarta). Eu espero que não em relação ao torcedor, porque havia uma dúvida onde jogaríamos e decidimos por lá pelo torcedor, pela pressão. E não também porque tínhamos que fazer essa opção, achei a mais correta. Quando você perde jogando mal, é uma coisa. Quando você perde para uma equipe como o Sport, muito entrosada, é outra coisa. Vi os números de finalizações, cruzamentos e escanteios, e isso conforta um pouco mais. Estamos chateados, era uma oportunidade de ir para o G-4, em casa. Tínhamos de fazer mais, não pelo espírito de luta, mas pelo espírito de decisão. Até o momento do chute do Marlone, eles não tinham chegado. Méritos dele, se bem que achei que deveria ter encurtado a marcação. Eles chegaram menos, nós tivemos quatro oportunidades muito clara. Para o torcedor, vai soar como desculpa, não adianta falar agora”.

 

DESORGANIZAÇÃO
“Sinceramente, não achei que hoje estava desorganizado. Perdemos um jogo, poderia ter sido diferente, mas não achei desorganizado. Nós erramos tecnicamente. Desculpa, mas discordo de você, com todo o respeito. No segundo tempo demos o contra-ataque porque tivemos que sair, mas estava organizado. Na maioria dos jogos, não é desorganização, é a produção do time. O setor do meio de campo é o coração do time, e temos problemas sem jogadores importantes. Temos a expectativa do Robinho, gostei muito do Matheus Sales, só o tirei porque ele poderia ser expulso, mas ganhamos nova opção”.

MATHEUS SALES
“O Matheus chegou há pouco tempo, treinou poucas vezes, mas se mostrou muito desenvolto. Procurou marcar e jogar”.

PADRÃO DO TIME
“O Palmeiras está inconstante mesmo. Nós não temos um time padrão, o palmeirense não consegue escalar o Palmeiras. Ou por contusões, que coincidentemente aconteceram muitas em um setor só, ou porque temos que trocar por produção ruim de um jogador. Mesmo assim, o Palmeiras está disputando o G4 e para ir à final de um campeonato. A gente entende a insatisfação, também não estou satisfeito com o que está acontecendo, nem ninguém no Palmeiras. Menos mal, nesse caso de hoje, porque o time brigou muito, provavelmente o goleiro adversário vai ser o melhor em campo, porque fez defesas incríveis”.

PASSES ERRADOS
“É uma combinação. Primeiro, é um grupo novo, o Palmeiras contratou até julho. Não tem um time formado. Quando você consegue repetir a escalação, os jogadores vão se conhecendo e a jogada sai ao natural. Não sendo assim, você tem que treinar muito, e não tem essa possibilidade com tantos jogos. Nós praticamente não treinamos para esse jogo, fizemos posicionamento e bola parada. Time novo, com muitas contusões, sem repetir escalação e sem muito treinamento, essa tem sido a dificuldade”.

EMOCIONAL RUIM?
“No primeiro tempo o adversário teve poucas oportunidades, mas fez um bonito gol. Nós estivemos lá muitas vezes, mas sem oportunidades claras. No segundo tempo, o time foi para cima, fizemos muitas jogadas pelas laterais, além de quatro chances bem claras. Se fizéssemos um gol, mesmo perdendo de 2 a 0, o torcedor iria junto, uma pressão natural para buscar o empate ou virar. Nos últimos jogos, está oscilando um pouco, e essa é uma responsabilidade nossa, do técnico, dos jogadores. Todos têm que se unir. Se não está como a gente quer, temos que pelo menos buscar a classificação em casa”.

DUELO COM O FLUMINENSE
“Precisamos de um gol. O sentimento é esse, de primeiro fazer um gol, mas não podemos estar desequilibrados. A pressão que o Palmeiras faz no início já é natural no nosso estádio. Precisamos apertar o Fluminense no início, por isso que poupei alguns jogadores. Nesse jogo usei Zé Roberto, Dudu e Gabriel Jesus pela necessidade”.

QUALIDADE DA EQUIPE
“Acho que temos qualidade e comprometimento, todos trabalham muito e temos ambiente muito bom. Nunca disse que não tínhamos qualidade. Uma coisa é qualidade, a outra é o time. Acho que você está confundindo um grupo de jogadores com time. Um time são 11 jogadores, e nós não estamos repetindo, e isso é uma dificuldade para que as coisas saiam ao natural”.

ALTERAÇÕES
“O Allione estava indo bem, fazendo uma função de meio de campo, mas que tinha que marcar também. Achei que estávamos perdendo na marcação, tanto é que o primeiro gol sai de uma investida do Wendel, que passou a bola para o Marlone. Foi para renovar, um jogador com velocidade, saindo, que é o Dudu, e tentando melhorar o meio com Zé e o Dudu, e acho que até melhorou”.

PRESSÃO SOBRE O TIME
“Em relação à tranquilidade, quando você está perdendo em casa, gera uma pressão. Às vezes essa pressão atinge os jogadores mais jovens, às vezes até o mais experiente. Mas acho que não foi isso, foi mais poder de decisão. Tivemos 14 finalizações a 9. Tivemos 20 cruzamentos, 11 escanteios, contra um do adversário. O escanteio é quando você ataca e alguém bota para fora, porque o time estava atacando, envolvendo. Os números foram bons, mas o poder de finalização, não. Vamos lembrar que o Dudu chegou e perdeu o gol, o Jesus chutou para cima, o Cristaldo também, uma cabeçada do Rafael Marques que o goleiro pegou lá no ângulo”.

ROBINHO VOLTA?
“Em relação ao Robinho, existe uma grande possibilidade, espero contar com ele. Ele pode compor com um volante mais fixo e o Zé Roberto. Ou até com o Matheus Sales e o Zé Roberto deslocado, vamos ver até quarta-feira”.

DIVIDIR-SE ENTRE DUAS COMPETIÇÕES
“Esse é o problema dos times que estão em duas competições, ano passado sofri disso no Cruzeiro. Chegamos à final da Copa do Brasil, o adversário descansou seus jogadores e a gente teve que usar a maioria. A classificação é possível. O Fluminense tem um ótimo time, tem vantagem, mas essa vantagem não é definitiva. Vamos em busca desse gol primeiro, vamos jogar um jogo forte, tenho certeza disso. Depois a gente vê o Brasileiro, mas não só o nosso time, mas também o Fluminense, o Santos ou o São Paulo”.