Tirando uma fita adesiva da mesa da sala de imprensa, colou-a sobre a boca

Mais uma polêmica marcou a manhã desta sexta-feira no Flamengo . Em pronunciamento na sala de imprensa do Ninho do Urubu, o treinador disparou contra a punição sofrida pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), que o impedirá de comandar a equipe no clássico deste domingo, contra o Fluminense , no Maracanã.

Lembrando o instável momento político sofrido pelo país na atualidade e as diversas manifestações que se decorreram no território nacional, contra ou a favor do Governo, desde junho de 2013, Vanderlei exaltou o sistema democrático, e definiu a atitude da federação como algo próprio de uma ditadura.

“A democracia foi conquistada através de lutas do povo brasileiro. Essas lutas quebraram a ditadura e nos deram o direito de se expressar sem repressão. Como cidadão, me senti violentado. Não podemos voltar a viver em uma ditadura”, declarou.

A suspensão do técnico veio após uma polêmica declaração dada por Luxa no dia 24 de março, alegando que o clube deveria “dar porrada” na federação devido à restrição de inscrições de jogadores oriundos das categorias de base. A regra revoltou o técnico, que, nesta sexta, explicou a expressão.

“A expressão ‘dar porrada' não foi usada no sentido de agressão. É uma expressão que vocês da imprensa também usam. É uma tentativa de moralizar um segmento que não tem moral nenhuma”, disse. “Em um momento no qual perdemos por 7 a 1, decidi me posicionar contra essa regra. Sou contra qualquer federação que impeça garotos de jogar futebol”, completou.

“Vou continuar tentando criticar aquilo que precisa ser criticado, no futebol que é o meu segmento. Que meus netos e minhas filhas possam viver em um sistema democrático melhor que esse. Não vão me calar! Se quiserem me tirar do Campeonato Carioca , que me tirem”, disparou.

Quando a declaração parecia estar acabada, Vanderlei decidiu inovar no . Tirando uma fita adesiva da mesa da sala de imprensa, colou-a sobre a boca e disse: “Não vou me posicionar até que eu tenha novamente meu direito de liberdade”, deixando, depois disso, a sala de imprensa.