Com ‘meio Messi’, Barcelona humilha Real em show de Suárez e Neymar
O Santiago Bernabéu foi preparado como nunca
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O Santiago Bernabéu foi preparado como nunca
Messi jogou apenas 33 minutos. Talvez não precisasse jogar nenhum. O Barcelona não precisou de seu maior craque para destruir o Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu: venceu por 4 a 0. Com Neymar, com Suárez, Sergi Roberto, Iniesta. Com “olé”; e, diante de um estádio atônito, paralisado como o rival.
A vitória é mais do que a conquista de três pontos, que coloca os catalães com 30, cada vez mais líderes da Liga Espanhola. É um golpe duríssimo no maior adversário. O Real Madrid, agora a seis pontos, é um time em frangalhos e com um treinador ameaçado. O Barcelona, um líder que agora terá, finalmente, seus principais jogadores sem problemas físicos.
O Santiago Bernabéu foi preparado como nunca para receber o Clássico deste sábado. Devido aos atentados de Paris, na sexta-feira da semana passada, o sistema de segurança foi o maior já implementado em uma partida de futebol – quase 2.500 agentes de segurança, entre contratados pelo Real Madrid, membros da Guarda Espanhola e do município.
O maior contingente de segurança da história tinha um objetivo: proporcional aos torcedores tranquilidade para verem os maiores protagonistas dentro de campo.
Só que a escalação do Barcelona já tirou uma das estrelas logo de cara – Lionel Messi, ainda recuperando-se da lesão no joelho, ficou no banco de reservas; Sergi Roberto foi o eleito por Luis Enrique para formar o trio de ataque com Neymar e Luis Suárez.
No Real Madrid, o técnico Rafa Benítez optou por uma escalação ofensiva: James Rodríguez ocupou a vaga de Casemiro no meio-campo, e o trio BBC voltou ao ataque, com Benzem recuperado de uma lesão muscular.
Antes da bola rolar, uma bonita homenagem às vítimas dos atentados na França: uma bandeira do país foi estendida na arquibancada, enquanto o hino nacional francês, La Marsellaise, era executado no piano, com todos os jogadores e treinadores em campo perfilados em campo.
Com a bola rolando, enfim, a primeira boa oportunidade foi de Neymar. Aos 7 minutos, o brasileiro recebeu pela esquerda e chutou por sobre o gol de Keylor Navas. O lance mostrou um problema que se repetiria no decorrer do jogo – a falta de coesão entre a linha de zagueiros e a de meio-campistas do Real Madrid.
Foi assim que surgiu o primeiro gol. Aos 11 minutos, depois de uma longa posse de bola em que fez o Real Madrid adiantar sua marcação, o Barcelona atacou com Sergi Roberto; o meio-campista encontrou Luis Suárez, que tocou na saída de Navas.
O domínio do Barcelona era evidente na posse de bola e nas chances criadas. No Real Madrid, Garreth Bale estava desaparecido, e Cristiano Ronaldo e James eram os que tentavam criar – sem muito sucesso – as principais oportunidades.
O segundo gol dos catalães poderia ter saído quando Sergi Roberto recebeu na marca do pênalti e chutou por cima, ou quando Navas fez boa defesa em falta cobrada por Neymar. O Real, mesmo inferior, teve a chance do empate aos 38 minutos com Benzema, mas o francês falhou na conclusão.
Aos 39 minutos, o Barcelona conseguiu ampliar. Iniesta avançou mais uma vez pelo meio-campo despovoado do Real Madrid e lançou Neymar. O brasileiro, na mesma linha da defesa, entrou na área e chutou por baixo de Keylor Navas – 2 a 0 e uma grande atuação na casa do rival.
Poderia ter sido pior. Aos 46 minutos, Neymar avançou pela esquerda e cruzou para Suárez no meio da área. O chute do uruguaio parou na cabeça de Marcelo, que salvou em cima da linha.
No início do segundo tempo, o Real Madrid deu mostras de que poderia reagir. Marcelo e James Rodríguez criaram boas chances logo nos minutos iniciais, mas o chute do brasileiro foi pra fora, e o colombiano parou nas mãos de Claudio Bravo.
Só que o Barcelona reagiu rápido ao melhor início do rival. E aí, deu o golpe que faltava para encaminhar a vitória. Aos 8 minutos, Iniesta avançou mais uma vez pelo descampado no meio-campo do Real Madrid. O capitão tocou para Neymar, que fez o pivô com um toque de letra – a jogada terminou num chute preciso de Iniesta, no ângulo: 3 a 0.
O Santiago Bernabéu estava em choque. E Messi terminava o aquecimento, para substituir Rakitic. A torcida do Barcelona, em menor número, fazia a festa com gritos de “Olé” e de “Florentino”, em “homenagem” ao presidente do Real Madrid.
O time da casa, profundamente abatido, quase diminuiu com Cristiano Ronaldo. Mas Claudio Bravo saiu bem do gol para fazer a defesa.
Aos 29 minutos, em outro ataque do Barcelona com marcação deficiente dos madrilenhos, Suárez saiu frente a frente com Keylor Navas. O uruguaio teve tempo para preparar o chute com calma, e o disparo, suave, passou por sobre o goleiro costarriquenho. O Barcelona goleava o Real Madrid. Mais do que isso, dava uma aula de futebol.
O Real Madrid se agoniava. Nos melhores ataques, parava em Claudio Bravo. E, quando defendia, era envolvido pelos passes rápidos e dribles do rival. Aos 40 minutos, Isco perdeu a cabeça e chutou Neymar. Levou o cartão vermelho direto. Atitude que simbolizou a noite de sábado no Bernabéu: um Real humilhado, e um Barça cada vez melhor.
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