Uruguaias começaram a se soltar um pouco

Abaixada no chão logo à frente de sua parceira, Lili olha de forma fixa para as rivais, que são chamadas no alto-falante. Sem piscar, ela parece estar mirando seus alvos. Depois, se levanta, cumprimenta Carol Horta com força e dá um abraço rápido. O “ritual” feito no início da partida deste sábado, válida pelas quartas do Pan de Toronto, deu certo. As brasileiras, contudo, não tiveram vida fácil. Fabiana Gomez e Eugenia Nieto tinham o apoio do time de hóquei sobre grama e de outros uruguaios na arena aos gritos de “sou celeste” a todo momento. Mas elas souberam superar e, no fim das contas, fizeram 2 a 1, 21/14, 19/21 e 15/11 no tie-break.   

Na próxima fase, neste domingo, às 22h (de Brasília), as duas vão encarar as argentinas Ana Gallay e Georgina Klug, uma dupla mais forte, que disputa Circuito Mundial e, atualmente, é a número 27 no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Lili e Carol são as 24ª colocadas nessa listagem.   

Mais cedo, os paraibanos Álvaro Filho e Vítor Felipe já tinham derrotado uma dupla do Uruguai. Eles bateram Renzo Cairus e Mauricio Vyeto por 2 a 0, parciais de 21/13 e 21/12, em 42 minutos. Com isso, se garantiram também nas semifinais, que acontecem neste domingo, às 17h (de Brasília).   

O jogo   

Lili e Carol entraram fortes e, desde o início, tentavam manter uma vantagem de ao menos dois pontos sobre as adversárias. As uruguaias começaram a se soltar um pouco e, enfim, chegaram mais perto das brasileiras. O placar era de 11 a 10. O time de hóquei sobre grama uruguaio gritava das arquibancadas, mas Lili mantinha o semblante sério e orientava Carol. A liderança dela ajudou a jovem parceira a errar menos, e elas conseguiram retomar o ritmo, fechando o set em 21 a 14.   

O segundo começou apertado também. Lili gritava “vem”, Carol se atirava para salvar. Após os pontos, as duas se abraçavam. Carol ouvia a companheira falar e, quando fazia algo certo, recebia um gesto positivo de Lili com a cabeça. As duas conversavam muito, mas ainda erravam. As uruguaias se animaram e houve um momento crítico, quando Nieto e Gomez passaram a frente pela primeira vez, em 17 a 16. O jeito foi pedir tempo e conversar, mas não adiantou, e as uruguaias venceram a parcial por 21 a 19.   

No tie-break, começaram perdendo para as uruguaias, embaladas pelos gritos, agora, de “si, se puede” (“sim, se pode”). A pressão foi aumentando, e elas sentiram, mas pararam para conversar, conseguiram se acalmar, se recuperaram. O ace de Carol foi providencial, elas abriram três pontos e acabaram fechando por 15 a 11 na cortada, novamente, de Carol.