#CG121: Aglomeração não teve, mas comemorar aniversário entre família marcou 2020
Se tem uma coisa que desanimou o brasileiro este ano foi a pandemia do novo coronavírus. Viagens programadas e rolês tiveram que ser desmarcados e as comemorações de aniversário não foram como o planejado. Porém, mesmo com o isolamento social, para alguns, o parabéns junto com um bolinho entre família, mostrou o que é importante […]
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Se tem uma coisa que desanimou o brasileiro este ano foi a pandemia do novo coronavírus. Viagens programadas e rolês tiveram que ser desmarcados e as comemorações de aniversário não foram como o planejado. Porém, mesmo com o isolamento social, para alguns, o parabéns junto com um bolinho entre família, mostrou o que é importante nesse período. Para aniversário de criança, nada de pacotinhos de bala, a lembrancinha foi máscara e tubo de álcool em gel.
O servidor público Eduardo Rafael de 28 anos, comemorou seu aniversário do ano passado em grande estilo. Chamou os amigos para um bar, lotou a mesa de gente, cantou parabéns e depois prolongou a noite em um karaokê.
Uma comemoração parecida estava sendo planejada para 2020, mas a pandemia minou com a expectativa. “Eu tô de home office desde abril, então mal saio de casa, só vou ao mercado, tento me cuidar bastante. Eu já estava com essa mentalidade de saber que seria impossível fazer alguma coisa no meu aniversário, não conseguia nem imaginar eu na rua ou em algum lugar cheio de gente”.
Porém, as irmãs de Eduardo não deixaram passar o dia 9 de junho em branco. “Elas moram comigo e compraram um bolo de surpresa, me chamaram na cozinha e cantamos parabéns. Teve até velinha, foi simples, mas tudo bem, eu fiquei feliz. Depois pedi um sushi por delivery para fechar a noite”.
O servidor diz ainda saber que muita gente faz festa mesmo com a pandemia. “Eu já ouvi aqui perto da minha casa várias festas, inclusive naquela época do meu aniversário. Mas eu realmente não senti segurança nisso, principalmente porque sei que meus amigos também estavam se cuidando e se expondo a riscos pelo trabalho, ninguém ia se sentir confortável”.
De lembrança: álcool em gel e máscara
Imagina só: uma criança prestes a completar 8 anos, sem aulas presenciais, no isolamento social e na expectativa de uma festa? A frustração de pensar não comemorar o aniversário estava nos olhos da pequena Isabella Matos.
A mãe da Isa, a professora Edivânia Matos conta ter percebido que a filha estava para baixo. “Ela andava bem estranha, pra baixo, percebi que ela estava sentindo muita falta do convívio, ela mesma dizia que queria que esse vírus fosse embora logo”.
Segundo a mãe, toda criança tem uma expectativa a cada ano com relação a comemorar o aniversário. Ainda mais quando tem idade para compreender que a data está chegando. “Ela estava ansiosa para poder reunir os amigos. Pensei que se fosse fazer algo seria apenas para os de casa. Chegando mais próximo do aniversário, ela estava sem aulas presenciais na escola e então analisei que poderia ser uma oportunidade de reunir as duas amiguinhas que ela tem mais intimidade e sabia que ela ficaria feliz e satisfeita”.
Há meses, Isa não via as amigas e segundo Edivânia, com certeza a falta do convívio estava afetando-a emocionalmente.
“Até em relação a desenvolvimento das atividades escolares. Percebi que ela estava chateada por não poder comemorar o aniversário com diversão e brincadeiras com outras crianças”.
Então no dia 20 de junho, a mãe e avó de Isa fizeram uma festa para as quatro amigas no quintal da casa que é amplo e ao ar livre. “Elas se curtiram, mataram a saudade, brincaram bastante ao ar livre. Foi simples, mas com certeza muito satisfatório para as crianças. Claro que perguntei às mães se elas não se importariam, disse que o local era aberto, que ficaríamos ao ar livre, que seria apenas as meninas, eu e a avó. Deixei o álcool 70% disponível e local de fácil acesso para lavar as mãos”.
E a lembrancinha? “Providenciei máscaras e um tubo de álcool para cada uma”.
O bolo é primordial
A jornalista e artesã Maressa Mendonça, completou 29 anos no fim de maio e já estava planejando uma festa. Ela conta que ama bolos de aniversário e todo ano se organiza para não faltar a sobremesa, se antecipando quase um mês.
No ano passado, reuniu mais de 15 amigos em uma pizzaria junto com a família e planejava fazer o mesmo este ano. “Foi chegando a data e fui percebendo os números de caso de Covid-19 aumentando e a gente precisa ter responsabilidade e consciência. Então, deixei de lado a ideia de aglomeração”.
A comemoração foi em casa com a mãe e com o bolo. “Os amigos se fizeram presente através das mensagens e ligações, foi um pouco difícil não poder ter mais gente no dia comigo, mas o sentimento é de que a gente precisa comemorar a vida. E o bolo não pode faltar”.
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