Confira mais uma matéria do nosso especial de Dia dos Pais

Se dar a luz é um momento delicado e emocionante para as mães, para os pais não deveria ser diferente. Não é somente no momento do parto que nasce uma nova mãe, ali deve nascer também um novo pai. Porém, infelizmente ainda é incomum que os pais estejam ali, o tempo todo, acompanhando a vinda do filho ao mundo, por diversas razões. Mas neste dia dos pais, comemorado neste domingo (14), o MidiaMAIS foi em busca de histórias onde o protagonismo do pai jamais anula o das mães, e que mostrem pais diferentes, humanos e engajados com a paternidade, desde os primeiros momentos. 

Alexander Onça tem 30 anos, é jornalista, casado há três anos com a também jornalista e professora Laís Camargo. A emoção na hora de contar sobre o parto da pequena Luna, que nasceu em Campo Grande, é evidente.

Ele acompanhou todo o nascimento da filha, e ainda teve, segundo ele, o prazer indescritível de cortar o cordão umbilical, atitude essa que selou a ligação dele com a filha para sempre. “Foi um momento muito divino. Eu chorei de emoção. Quando a Luna nasceu a gente gritou: ‘A gente conseguiu’. Ter participado ativamente do parto mudou minha relação com o mundo, o jeito de ver minha filha”, descreve. 

 

Laís e Alexander concentrados antes do parto / Fotos: Larissa Pulchério

 

A gravidez de Laís foi planejada e tudo correu muito bem. “Planejamos tudo desde o começo, decidimos que íamos ter um filho e três meses depois do casamento oficial (pois já morávamos juntos há 3 anos), Laís engravidou”, relembra. 

Para ele, a decisão da escolha do parto – se normal ou cesária, por exemplo – cabe à mulher, sempre. Laís optou pelo parto humanizado, e assim foi. Alexander acompanhou todo o processo de perto, desde o início, e acredita que essa etapa é muito importante. “Acompanhei a gravidez, os exames, ultrassom e principalmente durante o parto. Ela decidiu fazer parto natural e eu apoiei até o fim. Ver minha filha nascer foi a melhor sensação que senti na vida. Cortei o cordão umbilical e logo peguei minha filha no colo”, relata o jornalista. 

Licença para os pais

Foto de Larissa PulchérioInfelizmente no Brasil, os pais que estão com recém-nascidos dentro de casa não possuem nenhum tipo de licença-paternidade além dos cinco dias que são previstos por lei. E esse, para as mães, é um momento delicado pois inclui um cuidado com uma vida muito recente, a adequação do corpo materno ao puerpério, entre outras questões. Alexander conta que tentou organizar suas férias para acompanhar o nascimento de Luna, mas a bebê nasceu quando ele estava quase voltando ao trabalho. Mas ele afirma que sentiu falta dessa licença. 

Além disso, Alexander relata que tem um filho de outro casamento, e por uma questão difícil à época ele não pôde acompanhar o nascimento de seu filho.”Com meu filho mais velho não tive a oportunidade de entrar no parto. Acho que com a Luna fez toda diferença eu estar presente”, analisa. 

Para ele, a presença do pai no momento do parto deve ser um reforço a mais para a mãe conseguir galgar aquela etapa e trazer a pequena vida ao mundo. “A gente estava muito seguro do que estava acontecendo, e às vezes é normal a mulher sentir uma fraqueza na hora da força do parto. E coube a mim falar ‘continua, estamos quase lá’, respeitando o momento mas mostrando meu apoio”, diz.