Coronavírus: confira os setores que continuam contratando em meio à pandemia

Com o isolamento imposto em muitos países por causa da pandemia de coronavírus, a economia global deve entrar em recessão ainda em 2020. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Quase 38% da força de trabalho no planeta, o equivalente a 1,25 bilhão de pessoas, está empregada em setores duramente afetados pela paralisação […]

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Com o isolamento imposto em muitos países por causa da pandemia de coronavírus, a economia global deve entrar em recessão ainda em 2020. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Quase 38% da força de trabalho no planeta, o equivalente a 1,25 bilhão de pessoas, está empregada em setores duramente afetados pela paralisação das atividades em diversos setores.

Só nos Estados Unidos, dados recentes do Departamento de Trabalho mostram que, nas últimas duas semanas, mais de 13 milhões de pessoas pediram auxílio-desemprego. A explosão do número de desempregados maior economia do planeta evidencia o impacto imediato das medidas de isolamento nas atividades. São funcionários de setores como turismo e hotelaria, varejo e indústria.

No Brasil, os efeitos da crise também já estão sendo sentidos. Mais cedo, economistas do mercado financeiro cortaram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (13), a expectativa para a economia este ano passou de retração de 1,18% para queda de 1,96%. Há quatro semanas, a estimativa era de alta de 1,68%.

Mesmo no meio da crise, o aumento da demanda no setor de saúde, tem gerado ainda postos em áreas indiretamente ligadas à operação de clínicas e hospitais: manutenção predial, instalação de ar condicionado, vagas para cozinheiros e nutricionistas. No entanto, outros setores que não são ligados à área da Saúde ainda seguem contratando. A BBC Brasil fez um levantamento com recrutadores de vagas de diferentes perfis que apontaram onde há oportunidades. Confira:

Supermercados

Há alguns dias, a rede Carrefour anunciou a abertura de 5 mil novas vagas para reforçar todas as operações: são operadores de loja, auxiliares de perecíveis, agentes de prevenção, recepcionistas de caixa, padeiros, peixeiros, técnicos em manutenção, açougueiros, operadores de centro de distribuição e vendedores de eletrodomésticos.

A maioria das vagas se distribui entre cidades de 8 Estados, entre elas Manaus, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo.

Vendas online

Em entrevista à BBC, o fundador do site RioVagas, Augusto Schaffer, disse que tem observado uma busca por parte de empresas com pouca ou nenhuma presença na internet por vendedores que possam anunciar seus produtos nos chamados “market places“, sites como Mercado Livre, que têm se mostrado uma alternativa àquelas que não estão conseguindo operar no “mundo físico”.

As funções de consultor de vendas, vendedor e representante comercial estão entre as principais ofertas de vagas para home office no site Infojobs. A reportagem destaca que, no geral, essas ofertas cresceram 387% na comparação de março com janeiro.

São 2.517 posições para se trabalhar de casa, distribuídas, além do setor de vendas, nas áreas jurídica (conciliador extrajudicial), de telecomunicações (desenvolvedor java, programador), de marketing (analista, designer gráfico e divulgador) e de telemarketing.

Neste momento, a plataforma tem 287.695 vagas, sendo 74.421 novas, aponta a BBC.

A área com maior número é a de informática/TI, com 6.577 postos, seguida por saúde (5.114), logística (3.845), segurança (3.636), indústria (3.122) e transportes (1.453).

Os setores com maior crescimento proporcional de vagas na plataforma, na comparação entre março e janeiro, foram o de saúde (145%) e segurança (85%).

Entre os Estados, as maiores altas em termos percentuais foram observadas no Piauí (1.050%), Ceará (321%), Paraná (166%), Minas Gerais (136%), Goiás (110%) e Rio de Janeiro (102%).

Vagas operacionais x administrativas

Schaffer, da RioVagas, ainda contou que, se de um lado ainda há uma oferta de vagas operacionais, ele tem observado um volume grande de demissões em áreas administrativas — em muitos casos, diante de uma queda forte de receitas, as empresas estão mantendo apenas o essencial para se manterem vivas.

De fato, a empresa de recrutamento Robert Half, concentrada no mercado de vagas com remuneração média entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, observou uma queda no volume de processos seletivos.

Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria, destaca, contudo, que após um primeiro momento em que a maioria das empresas decidiu congelar as contratações — o que aconteceu por volta da semana do dia 20 de março —, algumas têm retomado os processos.

Nesta semana, o volume de vagas já se aproxima de 60% da média observada pela empresa antes do início da pandemia. Os setores, segundo ele, são bastante pulverizados, vão de comércio eletrônico e agronegócio a indústria e serviços. As contratações estão sendo feitas, em sua grande maioria, de forma totalmente remota.

Além dos sites da iniciativa privada, também há vagas anunciadas no Sistema Nacional de Emprego (Sine), que passou por reformulação recentemente e hoje funciona por meio de um aplicativo.

 

 

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