Prefeitura espera licitação de São Paulo para comprar kits escolares

O ano letivo nas escolas municipais começou, nesta segunda-feira (6), com alunos reaproveitando o material escolar e com uniformes antigos. Os kits com material escolar e uniformes, por mais uma vez, não foram entregues no primeiro dia de aula. Com isso, mães e pais tiveram que ‘se virar’ para comprar ou reutilizar cadernos já usados. 

Na Escola Municipal Padre Tomas Giraderli, no Bairro Dom Antônio Barbosa, os pais relataram dificuldade em adquirir o material escolar, principalmente, para quem tem mais de um filho em idade escolar. A prática mais recorrente, foi reutilizar o velho ou comprar um único caderno pequeno para ‘segurar as pontas’, até a Prefeitura destravar a licitação para compra dos kits. Com relação aos uniformes, os pais afirmaram que a situação é mais tranquila, pois, ainda podem ser utilizados os velhos, mas cadernos, lápis e borrachas é mais complicado.

A Prefeitura de Campo Grande aguarda resposta da prefeitura de São Paulo, já que optou por ‘pegar carona’ na licitação da paulistana. O Município já entregou toda a documentação e está aguardando resposta há mais de uma semana. No estado de São Paulo, a prefeitura comandada, por João Dória, prevê gastar com uniforme cerca de R$ 95 milhões para 604.963 kits e mais R$ 26 milhões para a aquisição dos 928.466 itens.

Se virando como dá

Desempregada e mãe de três crianças, Ariana da Silva, conseguiu comprar apenas um caderno para cada um. “A gente é mãe e dá um jeito, vou ‘fazer um corre’ para comprar. O uniforme não tem problema, porque usa do ano passado. Preocupação é que a falta de material prejudique o ensino”, afirma. 

Pais de duas crianças, o pedreiro Wilson Rafael, foi outro que levou as crianças para a escola o com material já usado. “Se a Prefeitura não vai fornecer material, vai ter que usar do ano passado e dar um jeito de comprar”, comenta. 

Conforme a Prefeitura de Campo Grande, a entrega dos produtos que compões o cardápio das escolas e Ceinfs foi concluída na última sexta-feira (3). Ao todo, 115 toneladas de alimentos foram entregues para os dois primeiros meses de aulas e novas licitações estão sendo preparadas para garantir o abastecimento nos demais meses. 

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que nos próximos dias, a equipe de nutricionistas começa a acompanhar o preparo dos cardápios, junto às merendeiras. Na Escola Padre Tomas Giraderli, que sofreu no ano passado com a falta de merenda ou com problemas que forçaram o fornecimento de biscoito e chá aos estudantes, foi apurado pelo Jornal Midiamax que a merenda desta segunda-feira foi arroz e macarrão, o que não estaria totalmente em conformidade com a diretrizes do MEC (Ministério da Educação). 

A Reme (Rede Municipal de Ensino) possui aproximadamente 94 escolas que oferecem Ensino Fundamental, para crianças na faixa etária de 6 a 14 anos, e 99 Ceinfs  (Centros de Educação Infantil), destinados às  crianças com idades entre 4  meses e 5 anos. Já no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) é possível ingressar a partir de 15 anos, nas fases iniciais.