Data deve servir para lutar por melhores condições de trabalho

Para os presidentes dos Sindicatos de Jornalistas de e de Dourados, existem vários desafios a serem superados pela categoria antes de se comemorar o Dia do Jornalista. Hoje, a data serve mais para que jornalistas lembrem dos problemas que a profissão tem que enfrentar, do que de conquistas a serem celebradas.

O que Luís Carlos Luciano, presidente do Sindjor de Dourados, considera ao dizer que “não existem motivo para comemorar o Dia do Jornalista”, é que existe um cenário regional e nacional desfavorável aos profissionais da comunicação. Luciano avalia que existem condições de trabalho precárias geridas por “picaretas” que exploram o jornalista. O sindicato lançou um manifesto alertando para o valor social do jornalista, a necessidade de ética, regulamentação profissional, respeito autoral e de sua importância no contexto social, democrático e político.

Já Geraldo Duarte Ferreira, presidente do Sindjor de Campo Grande, relembra também dos desafios em relação a não-exigência do diploma para executar a atividade jornalística. “Hoje em dia você estuda, faz quatro anos de faculdade, pega seu diploma, enfrenta a burocracia do Ministério do Trabalho e tira seu registro pra disputar o mercado de trabalho com gente quem quer ser jornalista por que tem amigos e contatos.”

Ele explica que em sua gestão, conseguiu triplicar o número de filiados ao sindicato, e que essa é uma vitória para a categoria como um todo. “São profissionais que representam os outros jornalistas”, afirma. Ele diz que sem a atuação junto ao sindicato, o jornalista não consegue negociar a melhoria das condições de trabalho e salários com os empregadores. Ambos os sindicalistas falam da necessidade de unir a categoria em torno de superar essas dificuldades.

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) também apontou como um problema para a profissão a violência enfrentada pelos jornalistas. Segundo um relatório emitido pela entidade sobre casos de agressão contra jornalista, houveram 137 ocorrências em 2015, oito a mais do que as 129 registradas no ano anterior. As agressões ocorrem principalmente em manifestações nas ruas.

Salário

Uma das reivindicações principais dos jornalistas é um salário justo. Seguindo uma linha diferencial do praticado no mercado regional, o Jornal Midiamax desde 2014, foram pioneiros elaboração, negociação e oficialização do acordo coletivo com o empregador que, além de propiciar a adesão maciça ao Sindjor-MS, também estabeleceu um piso salarial e melhorias nas condições de trabalho que já repercutiram positivamente em outras redações.