Taxas curtas sobem com IPCA-15 e debate sobre preço de alimentos
O DI para janeiro de 2026 subiu para 15,140%
Agência Estado –
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O dólar voltou ao nível de R$ 5,91 no período da tarde, abrindo espaço para que o IPCA-15, acima do esperado, voltasse a puxar os juros mais curtos (os longos fecharam perto da estabilidade). Operadores também mencionam desconforto com ruídos em torno de quais medidas serão tomadas pelo governo para conter a alta dos alimentos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, indicou uma redução de alíquota em produtos que estiverem mais caros no mercado interno do que no internacional – o que abre interpretação de interferência de preço e possibilidade de menor arrecadação, apesar de que o efeito da medida pode ser pequeno do ponto de vista fiscal.
O DI para janeiro de 2026 subiu para 15,140%, de 15,043% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 avançou a 15,37%, de 15,30%, e o para 2029 encerrou estável, em 15,15%.
“Os juros futuros sempre vão conversar com as expectativas de inflação. O IPCA-15 veio acima do consenso e com uma difusão que preocupa, por isso a curva tem mais dificuldade de fechar no curto prazo”, resume o especialista Daniel Teles, da Valor Investimentos.
A alta de 0,11% vista no IPCA-15 de janeiro contrariou a mediana do Projeções Broadcast, que apontava queda de 0,01%. Na esteira, o Barclays revisou a projeção para o IPCA fechado de janeiro de -0,1% para +0,1%. Já a LCA elevou a projeção de alta para o IPCA de 2025 de 5,4% para 5,5%.
O mercado monitora também as propostas do governo para conter a alta dos alimentos. Nesta tarde o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo atuará na redução da alíquota de importação de alimentos que estiverem mais caros no mercado interno em relação ao mercado internacional.
Para Teles, da Valor Investimentos, a indicação vai na linha de “falar em interferência de preço, o que é quase um palavrão para o mercado”. Para ele a medida afeta o potencial de arrecadação do governo, que já está sob “extrema desconfiança” quanto à gestão das contas públicas.
Contudo, para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, o efeito da redução de alíquota é pequeno para a política fiscal “O maior foco das alíquotas de importação é atrelado a bens industrializados, não é tanto relacionado a agricultura ou alimentos”, afirma.
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