Presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, comemorou o reconhecimento internacional da sanidade da pecuária brasileira, conquistado com a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação, nesta quinta-feira (29).
Direto de Paris, Bertoni exaltou que o certificado é resultado de mais de 20 anos de trabalho no Estado, e que trará status e ampliação do mercado para a carne de Mato Grosso do Sul no mundo.
O certificado é concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal, com anúncio feito durante a 92ª Assembleia Geral da entidade, realizada em Paris, na França.
“O fim da vacinação e o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa colocam Mato Grosso do Sul em um novo patamar sanitário e comercial. É um selo de qualidade que chancela todo o esforço feito pelo produtor rural, pela assistência técnica, pelas entidades de classe e pelo poder público. Estamos muito orgulhosos de fazer parte dessa história desde o início”, afirma Bertoni.
Estiveram na cerimônia, o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), a diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori e o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold.
O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins, avaliou que o reconhecimento internacional do País como livre de febre aftosa sem vacinação é uma conquista histórica para os produtores rurais e para todos os brasileiros.
“O anúncio feito hoje, de Brasil livre de aftosa sem vacinação, é um reconhecimento desse esforço, uma grande conquista. Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo”.
Para o vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, o reconhecimento é um passo importante para a pecuária nacional e traz ainda mais responsabilidades para o setor público, privado e, principalmente, para os produtores rurais, que são os verdadeiros protagonistas desse avanço.
“Todo o setor de carne se beneficia desse progresso. Temos que cuidar do nosso rebanho ainda mais. O mercado internacional exige quantidade, rapidez e qualidade no fornecimento dos alimentos”, afirmou Gedeão.
Já a senadora Tereza Cristina destacou que a conquista do certificado vem sendo construída com muitas mãos ao longo dos anos e agradeceu a todos os envolvidos no processo de erradicação e vigilância da febre aftosa. “Hoje é um dia histórico, de emoção e muita gratidão a todos que participaram desse momento para que tivéssemos o certificado na mão”.
Novos mercados
A atuação da Famasul tem sido constante antes mesmo da existência do PNEFA (Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa). A entidade participou ativamente das discussões e fóruns estaduais, promovendo ações de conscientização, educação sanitária e apoio técnico ao produtor.
Para Bertoni, o reconhecimento internacional representa uma conquista coletiva, resultado da união de todos os elos da cadeia produtiva. “Essa chancela internacional reforça que estamos prontos para competir com os maiores players globais, como Estados Unidos, Austrália e União Europeia, com sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade na produção”.
A certificação internacional traz impactos diretos à economia. A partir dela, Mato Grosso do Sul amplia sua capacidade de negociação com mercados mais exigentes, fortalecendo cadeias como a da suinocultura e da avicultura. “O selo também valoriza os rebanhos de suínos, aves, ovinos e caprinos. Conseguimos controlar e erradicar a febre aftosa nos bovinos, mostramos ao mundo que temos um sistema de vigilância moderno, atuante e confiável em todas as espécies”.