Os douradenses envolvidos na agronegócio já sabem o nome de quem, há décadas, é envolvido na variedade de pelagem, quando o assunto é nelore: Hélio Côrrea de Assunção. Pioneiro, desde 1974 cria animais pintados, no caso o vermelho, “o mais difícil de se fazer”, segundo especialistas. Destaque na 59ª Expoagro, o gado é exibido em leilões e mostra que a tradição, iniciada em Mato Grosso do Sul, se perpetua na mão de outros criadores.
“O berço do pintado vermelho é na nossa região, pelas mãos do Helinho Côrrea. Ele, inclusive, está prestigiando a Expoagro e participando de alguns leilões. É uma questão de variabilidade genética e é difícil selecionar a questão da pelagem, mas, muitos criadores estão dando continuidade a este trabalho”, afirmou o administrador Ricardo Andrade.
Conforme Andrade, o trabalho começou na década de 70 e hoje o nelore permite esta variedade, tanto do vermelho, como do preto e o branco. “O padrão vem se mantendo e nós sempre dizemos que o nelore é tão bom que permite esta variabilidade genética. Tivemos, inclusive, o Bitelo, um boi de destaque nacional, o maior e que é daqui de Dourados também”, comentou o criador.

Para os leilões, participam touros das principais centrais do Brasil, envolvendo a alta genética, variedade de pelagem e outros disponíveis no parque agropecuário para julgamento da raça. “Existe todo um trabalho de melhoramento genético que fazemos para a evolução da raça de corte. Aqui o que as pessoas veem é a ponta, é onde fazem os touros que vão usar os bezerros para o corte, então, é o ápice do melhoramento genético, do pai dos animais, de um gado que faz história há cinco décadas”, comentou.
‘Interação com o público é importante’, diz administrador sobre o trabalho com o gado
Além de todo o trabalho com o gado, Andrade comenta a importância da interação com o público. “A integração lavoura pecuária é onde aproxima a população urbana, que hoje é maioria, então, este convívio é muito importante. As pessoas gostam de ver o animal. Muita gente não tem um sítio, uma chácara, então, isso possibilita a interação e a gente se esforça, porque encarece trazer o animal ao invés de fazer só no virtual e ainda tem toda a questão do estresse do animal”, comentou.
O administrador também ressalta a aproximação com os estudantes de medicina veterinária. “A gente acaba fazendo um trabalho social também e que estes estudantes precisam. Na Expoagro temos em torno de 200 a 300 animais expostos, valendo de R$ 3 mil a meio milhão de reais, por exemplo”, finalizou.