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Economia

Dólar tem 6º pregão seguido de queda e fecha a R$ 5,67, com exterior e isenção do IR no radar

Foi o sexto pregão consecutivo de queda da moeda
Agência Estado -
Agência Brasil

Após trocas de sinal pela manhã, o dólar se firmou em baixa no início da tarde desta terça-feira, 18, refletindo o alívio com a ausência de surpresas negativas no projeto de isenção de Imposto de Renda (IR) e o recuo da moeda norte-americana no exterior, em especial na comparação com divisas fortes.

Com mínima a R$ 5,6565, ao longo da cerimônia de apresentação da reforma do IR em , o dólar encerrou o dia em baixa de 0,25%, cotado a R$ 5,6721 – menor valor de fechamento desde 24 de outubro (R$ 5,6629).

Foi o sexto pregão consecutivo de queda da moeda, que já acumula desvalorização de 4,13% em março.

Para o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o projeto de isenção de IR já estava de certa forma incorporado aos preços dos ativos domésticos. Sem ruídos fiscais e políticos, o real ficou livre para se beneficiar do ambiente externo favorável e da taxa de juros doméstica elevada.

“O sofre menos que outros países com as tarifas de importação dos EUA. E a está dando mais estímulos à economia”, diz Weigt. “Tem muito fluxo estrangeiro para a bolsa. Parece que o dólar pode cair ainda mais.”

Como já anunciado, o governo quer isentar quem recebe até R$ 5 mil por mês. Para compensar a perda de receita, estimada em R$ 27 bilhões, o projeto prevê alteração das regras para quem recebe mais de R$ 50 mil mensais. Também está prevista a tributação de dividendos sobre valores que superem R$ 50 mil.

Tanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que a proposta é neutra do ponto de vista fiscal. “Este projeto não vai aumentar um centavo na carga tributária da União”, disse Lula.

Presente na cerimônia de lançamento do projeto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a isenção de IR como uma medida justa, mas já alertou que o texto deve ser alterado na passagem pela Casa e pelo Senado.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, vê riscos de a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês ser aprovada no Congresso sem a contrapartida de aumento de imposto para a alta renda, o que pode piorar a percepção de risco fiscal.

“Mas, por enquanto, o mercado parece operar com a tese de que não tem nada novo no fiscal e busca ativos mais baratos. Ninguém quer ir contra o movimento mais forte de entrada dos estrangeiros”, afirma Borsoi.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operava em leve queda no fim da tarde, ao redor dos 103,200 pontos, após ter avançado pela manhã. As taxas dos Treasuries e as bolsas americanas recuaram.

Investidores adotam postura cautelosa à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o norte-americano) na quarta-feira, 19. É dado como certo que o banco central americano manterá a taxa básica na faixa entre 4,25% e 4,50%. As atenções se voltam às previsões dos dirigentes do Fed para juros e inflação, no chamado gráfico de pontos, e a alguma aceno no comunicado sobre os próximos passos da instituição.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve entregar também na quarta a prometida alta de 1 ponto porcentual da taxa Selic, para 14,25% ao ano. Eventuais menções sobre o impacto da desaceleração da atividade e da apreciação do real sobre a inflação serão vistas com lupa, uma vez que podem sugerir abreviamento do processo de aperto monetário.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, afirma que o real e a bolsa doméstica se beneficiaram nos últimos dias de valorização das commodities, com destaque para o minério de ferro, após os recém-anunciados pacote de estímulos econômicos na China e na .

“Com os mercados se ajustando, o Brasil continua sendo visto como um país subvalorizado, com ativos baratos”, afirma Gala. “Na minha visão, o câmbio deveria estar abaixo de R$ 5,00. Se essa correção continuar, será um alívio para o Banco Central.”

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