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Economia

Dólar recua, fura piso de R$ 5,70 e fecha a R$ 5,6824 com dados fracos nos EUA

Máxima a R$ 5,7323 e mínima a R$ 5,6734
Agência Estado -
Dólar ilustrativa. (Pixabay)

Após uma alta moderada nas primeiras horas de negócios, o dólar passou a cair no fim da manhã desta terça-feira, 1º de abril, no mercado local em sintonia com o ambiente externo. Dados do mercado de trabalho e da indústria norte-americana aquém das expectativas reforçaram os sinais arrefecimento da economia dos Estados Unidos, na véspera do anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Com a R$ 5,7323 e mínima a R$ 5,6734 o dólar à vista encerrou o pregão desta terça-feira em queda de 0,40%, a R$ 5,6824 – abaixo do nível de R$ 5,70 no fechamento pela primeira vez desde 20 de março.

No ano, a moeda agora acumula perdas de 8,05%.

Depois de exibir na segunda-feira o melhor desempenho entre as principais divisas globais (à exceção do rublo), o real apresentou nesta terça ganhos inferiores a de seus pares latino-americanos, como os pesos mexicano e chileno. Termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes, o índice DXY ficou praticamente no zero a zero.

A leitura entre analistas é a de que o esfriamento da economia dos EUA, desde que não deságue em recessão, tira a atratividade do dólar e favorece divisas emergentes – sobretudo se o Federal Reserve (Fed, o norte-americano) entregar dois cortes de juros neste ano, conforme sinalizado na reunião de política monetária de março.

Sócio e diretor da MAG Investimentos, Claudio Pires lembra que o Fed prevê que a política tarifária de Donald Trump resulte em menos crescimento e de caráter transitório. “A dinâmica dos mercados está em linha com o cenário que o Fed traçou em suas projeções. Isso deriva para um dólar mais fraco, com taxas dos Treasuries caindo e as divisas emergentes se valorizando”, afirma Pires.

Entre os indicadores do dia, o índice de atividade industrial (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 50 em fevereiro para 49 em março, enquanto analistas previam 49,5. Leituras inferiores a 50 indicam retração da atividade.

A avaliação da Capital Economics é queda no PMI industrial mostra sinais de que um quadro de estagflação nos EUA “está no ar”. A consultoria britânica pontua que, em vez de levar a um renascimento da indústria americana, a política comercial de Trump até o momento está deprimindo a atividade.

Relatório Jolts, publicado pelo Departamento do Trabalho, mostrou que a abertura de postos nos EUA caiu para 7,568 milhões em fevereiro. A previsão era de 7,65 milhões. Esses números esquentam a expectativa pela divulgação na sexta-feira, 4, do relatório oficial de emprego de março (payroll).

Dirigentes do Fed reforçaram nos últimos dias que a política monetária norte-americana está bem posicionada neste momento para lidar com o alto grau de incerteza provocado pelo vaivém das tarifas de Trump. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse nesta terça que o ambiente de incerteza “não está causando paralisia” da economia dos EUA. Já o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, pontuou que o mercado de títulos está “cada vez mais sinalizando riscos de recessão”.

Embora não seja hoje o cenário mais provável, Pires, da MAG, alerta que uma recessão americana e até global – em razão da dificuldade das cadeias de produção em se adaptar ao quadro desenhado pela guerra comercial – pode desencadear um movimento de aversão maior ao risco que resulte em fortalecimento do dólar

No caso do Brasil, o real está de certa forma menos vulnerável pela perspectiva de mais aperto monetário, com a Selic provavelmente atingindo 15%. “No fiscal propriamente dito não houve boas notícias recentes. Mas o dólar corrigiu um pouco do exagero do ano passado. E o real tem o melhor carrego do mundo”, afirma Pires.

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