Pular para o conteúdo
Economia

Dólar fecha em queda e abaixo de R$ 5,65 com fluxo e sinal de Galípolo sobre Selic

Furou o piso de R$ 5,65 e emendou nesta segunda-feira
Agência Estado -
(Reprodução, Agência Brasil)

O dólar se firmou em baixa ao longo da tarde, furou o piso de R$ 5,65 e emendou nesta segunda-feira, 28, o sétimo pregão consecutivo de queda. O real se apreciou apesar do dia negativo para seus principais pares latino-americanos, os pesos mexicano e chileno, e o ambiente externo marcado por pouco apetite ao risco, diante da ausência de sinais concretos de negociações comerciais entre EUA e .

Operadores afirmam que a moeda brasileira pode ter se beneficiado de fluxo pontual de recursos externos para a bolsa e a renda fixa domésticas. Um ponto que chamou a atenção foi a fala do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterando nesta segunda-feira o desconforto com as expectativas de inflação.

A perspectiva de pelo menos mais uma elevação da taxa Selic e de manutenção da política monetária em campo restritivo por período prolongado não apenas aumenta a atratividade das operações de carry trade como desestimula a manutenção de posições compradas na moeda americana contra o real.

Com mínima a R$ 5,6470, o dólar à vista encerrou o pregão em baixa de 0,70%, a R$ 5,6480 – menor valor de fechamento desde 3 de abril (R$ 5,6281), dia seguinte ao tarifaço anunciado por Donald Trump.

A divisa acumula desvalorização de 4,11% nos últimos sete pregões, o que leva as perdas no ano a 8,1%.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY recuou e voltou a furar o piso dos 99,900 pontos. A moeda americana caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Em abril, o Dollar Index desce mais de 5%.

O diretor de Investimentos da Azimut Wealth Management, Leonardo Monoli, observa que o dólar perde força globalmente tanto no mês quanto no ano em meio às incertezas em torno da política econômica americana com o comportamento errático de Donald Trump

“Houve em abril a adoção da política protecionista e os ataques do Trump ao Federal Reserve, que foram corrigidos, mas podem retornar. Os investidores, que estavam com excesso de alocação nos EUA, procuraram outras geografias”, afirma Monoli. “Esse movimento beneficiou moedas desenvolvidas, como iene e o euro, mas também emergentes.”

Em tal quadro, o real pode ter sido impulsionado por fluxo cambial melhor na margem, com investidores em busca de ativos descontados, e também pelo desmonte de posições de estrangeiros compradas em dólar por meio de derivativos cambiais, observa Monoli. Ele destaca que, apesar da apreciação recente, as moedas emergentes como real continuam vulneráveis a episódios de aversão ao risco no exterior, em um ambiente marcado por incertezas.

No episódio desta segunda-feira da guerra comercial, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, demonstrou otimismo com as negociações comerciais com asiáticos, citando Japão e , mas ponderou que as tratativas com a China são mais complicadas e terão de ser “conduzidas à parte”. Bessent voltou a dizer que cabe aos chineses diminuir as tensões comerciais, dado que o nível atual das tarifas “é insustentável”.

Do lado chinês, o ministério das Relações Exteriores afirmou que não houve diálogo recente entre o presidente Xi Jinping e Trump – e que os dois governos não estão tentando neste momento fechar um acordo. “Se os EUA realmente querem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, precisam parar de ameaçar e chantagear “, disse o porta-voz do ministério, Guo Jiakun. Na sexta-feira, em entrevista publicada pela Time, Trump disse que Xi havia ligado para ele.

Monoli, da Azimut, afirma que a conjuntura tende a continuar dominada pelas tensões comerciais e pelas tentativas de estimar a desaceleração da atividade provocada pela guerra tarifária, em especial nos Estados Unidos. Ele pondera que os sinais vindos da China são de que as autoridades estão preparadas sustentar o embate comercial pelo tempo que for necessário e não devem se pautar por recuos táticos da administração Trump.

“A postura da China é de combate contínuo no longo prazo. As moedas emergentes e o real experimentaram uma melhora, mas é preciso saber como vai ser o impacto no crescimento econômico e como fica o novo palco global de comércio para ver se isso se sustenta”, diz o diretor da Azimut.

Por aqui, depois das falas vistas como dovish dos diretores do BC Nilton David (Política Monetária) e Diogo Guillen (Política Econômica), o tom do presidente do BC nesta segunda em um evento do J. soou um pouco mais duro aos investidores e pode ter contribuído para o recuo da taxa de câmbio.

Galípolo afirmou que o BC tem uma certeza razoável de que a taxa Selic está em nível contracionista, mas ainda tenta entender se o juro já é restritivo o bastante. “Estamos aqui tateando para entender se o nível que a gente está caminhando – importante o gerúndio aqui -, se o nível que nós estamos caminhando está chegando no patamar contracionista o suficiente para a convergência da inflação”, disse.

“Galipolo adotou um tom bem adequado e não desautorizou os outros diretores. Reiterou o incômodo com a desancoragem das expectativas, mas disse que é preciso dar tempo para ver os efeitos desasados da política monetária”, afirma Monoli, para quem provavelmente o BC promova uma elevação da taxa Selic em maio, mas não se comprometa com a continuidade do aperto.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Prefeita sanciona corte de gastos que deve viabilizar asfalto para 24 bairros de Campo Grande

Com show de Marcos e Belutti, 18º Festival do Sobá promete música e gastronomia em Campo Grande

Família procura ONG para labrador que ficou cego ao tentar defender PM e neto de tiros

Defensoria consegue interditar clínica após jovem de 16 anos morrer e pede indenização de R$ 500 mil

Notícias mais lidas agora

mpms segurança mp

Gastos do MPMS superam R$ 330 milhões nos primeiros 6 meses de 2025

‘El Monstruo’: o criminoso mais procurado do país pode estar escondido na fronteira de MS

VÍDEO: Madrinha homenageia Sophie no dia em que bebê completaria 1 ano de vida

Ministério Público investiga condições de transporte escolar em Dois Irmãos do Buriti

Últimas Notícias

Polícia

Mulher fica ferida ao ser espancada por dois homens em Sonora

Os policiais conseguiram prender a dupla suspeita em flagrante

Polícia

Polícia prende ladrão em flagrante e recupera objetos furtados na Vila Nasser

Policiais estavam realizando rondas e flagraram a ação criminosa

Política

Indústria e agronegócio têm reunião com Alckmin para discutir tarifaço de Trump

Setores devem definir estratégias de negociação e reversão das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos

MidiaMAIS

Escola de samba Igrejinha comemora 50 anos em noite de gala no Teatro Aracy Balabanian

Noite de homenagens será realizada nesta terça-feira (15), em Campo Grande