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Economia

Dólar fecha em leve alta na contramão do exterior com fiscal no radar

Operadores atribuíram a falta de fôlego do real ao menor otimismo em torno das medidas
Agência Estado -
Imagem Ilustrativa (Foto: Getty Images)

O dólar apresentou leve alta no mercado local na sessão desta quarta-feira, 4, e fechou na casa de R$ 5,64. O escorregão do real veio apesar do enfraquecimento global da moeda americana, na esteira de dados econômicos abaixo do esperado nos EUA, que reforçam a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o norte-americano) neste ano.

Operadores atribuíram a falta de fôlego do real ao menor otimismo em torno das medidas em estudo no governo para ajustar as contas públicas, em substituição às alterações do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na terça, a despeito da alta global do dólar, o real não apenas se fortaleceu como apresentou o melhor desempenho entre as moedas mais líquidas, embalado por sinais de que estariam sendo debatidas ações fiscais mais estruturais.

Com a R$ 5,6535 na última hora de negócios, em paralelo a mínimas do Ibovespa, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,17%, a R$ 5,6455. A moeda ainda acumula queda de 1,29% nos três primeiros pregões da semana e de junho. Pela manhã, a divisa até ensaiou uma queda, com mínima a R$ 5,6105.

“A alta do dólar hoje é parte da devolução da queda de ontem. O mercado havia se empolgado demais com a tese de que vem um pacote de ajustes dos gastos do governo”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, para quem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se colocou em uma “situação ruim” ao dizer na terça que tinha preferência por ajuste estrutural dos gastos. “É uma posição de fragilidade, porque se não vier algo nesse sentido, o mercado vai cobrar bastante.”

Fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam que as propostas para compensar um eventual recuo no aumento do IOF incluem, no longo prazo, a revisão de benefícios fiscais, a imposição de uma trava na complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), além da taxação de criptoativos e bets.

Um integrante do governo reforçou à reportagem que as medidas mais “estruturantes”, de médio e longo prazo foram apresentadas no contexto da negociação, mas nem todas devem necessariamente prosperar. No curto prazo, ou seja, ainda neste ano, a equipe econômica aposta no aumento do repasse de dividendos pelo BNDES e na alteração do Preço de Referência do Petróleo (PRP), medidas que não dependem do aval do Congresso.

“O que circulou até agora é um pouco decepcionante. Apenas a questão do Fundeb é mais estrutural. O resto é tentar apagar incêndio com uma garrafa d’água”, afirma Borsoi, da Nova Futura Investimentos.

Sem implicações na formação da taxa de câmbio no curto prazo, o Tesouro realizou nesta quarta emissão títulos públicos da dívida soberana brasileira em dólares. Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que houve captação de US$ 1,5 bilhão com papéis de cinco anos e de US$ 1,25 bilhão em títulos de dez anos, com demanda bem expressiva. A demanda teria superado US$ 10 bilhões.

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes – recuou e furou o piso dos 99,000 pontos, com mínima aos 98,673 pontos. O dólar caiu em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Dados da economia americana vieram abaixo do esperado, mostrando desaceleração da atividade, o que pode abrir espaço para cortes de juros pelo Fed neste ano.

O índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 51,6 em abril a 49,9 em maio, enquanto analistas previam alta para 52,2. Leitura abaixo de 50 indica contração. Já o relatório ADP mostrou que o setor privado nos EUA gerou 37 mil empregos em maio, bem abaixo das expectativas, de 130 mil.

“Tivemos dados fracos nos Estados Unidos, como o ADP. Também pesou no mercado externo a incerteza sobre as negociações comerciais entre e Estados Unidos, com expectativa para uma conversa entre Donald Trump e Xi Jinping ainda nesta semana”, afirma a economista-chefe da Coface para a América Latina, Patrícia Krause, em referência aos presidentes americano e chinês.

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