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Economia

Dólar fecha abaixo de R$ 5,70 com exterior e piora de Lula no Datafolha

A moeda americana termina a semana com perdas de 1,68% em relação ao real
Agência Estado -
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(Reprodução, Agência Brasil)

O dólar apresentou queda firme na sessão desta sexta-feira, 14, alinhado à onda de enfraquecimento da moeda americana no exterior na esteira de dados fracos de atividade nos EUA, e fechou no menor nível desde o início de novembro de 2024.

Já em baixa superior a 1% à tarde, a divisa acentuou o ritmo de queda na última hora de negócios e rompeu o piso técnico de R$ 5,70 após a divulgação de pesquisa Datafolha revelando uma piora na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O real, que ontem tropeçou com a menção ao etanol brasileiro no memorando de Donald Trump sobre tarifas recíprocas, hoje apresentou o melhor desempenho entre as principais moedas emergentes e de países exportadores de commodities, seguido pelo dólar neozelandês, com ganhos pouco acima de 1%.

O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, ressalta que, embora o principal indutor da apreciação do real hoje tenha sido o quadro externo, houve uma retirada adicional de prêmios de risco na taxa de câmbio com a divulgação dos números do Datafolha.

Pesquisa do instituto mostrou que a aprovação de Lula caiu de 35% em dezembro de 2024 para 24%. Já a desaprovação saltou de 34% para 41%. Trata-se dos piores índices entre os três mandatos do petista pelo histórico do Datafolha.

“Isso aumenta a pressão para que a política econômica seja bem conduzida e Lula tente chegar à eleição com inflação e contas públicas sob controle. Por outro lado, também gera a possibilidade de aumento das chances de vitória de uma candidatura da oposição”, afirma Costa, ressaltando que pesquisa “é fotografia” do momento e que Lula pode recuperar a popularidade perdida.

Com mínima a R$ 5,6947 na reta final da sessão, o dólar à vista fechou em baixa de 1,26%, cotado a R$ 5,6962 – menor valor de fechamento desde 7 de novembro do ano passado (R$ 5,6753). A moeda americana termina a semana com perdas de 1,68% em relação ao real, o que leva a queda em fevereiro a 2,41%. No ano, o dólar acumula desvalorização de 7,83%, após ter subido 27,34% no ano passado.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – furou o piso de R$ 107,000 pontos e operava no fim da tarde ao redor dos 106,750 pontos, em queda de cerca de 0,50%. Na semana, o Dollar Index recuou mais de 1,30%.

O enfraquecimento global do dólar é uma resposta, em grande parte, à ampliação das apostas na retomada de cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano, dado um sinal claro de perda de fôlego da atividade. As vendas no varejo dos EUA caíram 0,9% na passagem de janeiro para dezembro, enquanto analistas previam estabilidade.

Costa, da Monte Bravo, observa que os números de vendas no varejo frustraram as expectativas e levaram a uma revisão para baixo das estimativas para o PIB americano no primeiro trimestre, o que deflagrou o enfraquecimento do dólar e o recuo firme das taxas dos Treasuries.

“Na quarta-feira, quando caiu o CPI (inflação ao consumidor), o mercado previa apenas um corte neste ano. Agora, voltou a colocar na curva 40 pontos-base de redução dos juros”, afirma o economista.

Para Costa, outro ponto por trás da perda de força do dólar é a percepção de que não haverá uma escalada iminente da guerra comercial, dada a leitura de que tarifas de importação anunciadas por Trump são armas de negociação e podem não se concretizar.

Depois de anunciar taxação de 25% sobre aço e alumínio no início da semana, ontem Trump assinou memorando de imposição de tarifas recíprocas, com validade a partir de abril. Pela manhã, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse que verá como os parceiros comerciais dos EUA vão responder e que, se necessário, o presidente americano vai impor as tarifas anunciadas.

“O dólar caiu muito com o efeito Trump. Esse vai e volta das tarifas parece uma grande cortina de fumaça visando o eleitor americano. Não tem nada concreto ainda de como vai ser feito nem em relação aos setores nem com as tarifas recíprocas”, afirma a economista Paloma Lopes, da Valor Investimentos.

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