Com o início do tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, Campo Grande será a cidade de Mato Grosso do Sul mais afetada. Isso porque a Capital é a cidade que mais exporta carne bovina ao país norte-americano.
Na semana passada, o presidente Donald Trump havia divulgado lista com 694 produtos que escaparam do tarifaço. Entre eles, a celulose e o ferro-gusa, que representam o segundo e o terceiro itens mais vendidos por MS aos EUA, respectivamente.
No entanto, a carne, que é a principal exportação do Estado para o país de Trump, já está sendo alvo da tarifa de 50%. Além da carne bovina, outros 3,8 mil produtos estão sendo sobretaxados.
Conforme dados divulgados pela FNP (Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos), Campo Grande vendeu R$ 633.900.524,16 em carne bovina aos Estados Unidos, entre 2024 e primeiro semestre de 2025. O produto representa cerca de 97% das exportações da capital sul-mato-grossense. O restante é composto por preparações alimentícias não especificadas.
Inclusive, Campo Grande é a 3ª capital com maior rebanho bovino no país, apontou pesquisa do IBGE divulgada em 2022, com 415.630 cabeças de gado.
Na sequência de municípios que mais exportam carne bovina aos Estados Unidos, está Nova Andradina (R$ 150,1 milhões), Naviraí (R$ 141,7 milhões), Bataguassu (R$ 136 milhões) e Anastácio (R$ 128 milhões).
No entanto, a cidade que mais vende para os norte-americanos é Três Lagoas, que exportou, no período, cerca de R$ 1,1 bilhão. Porém, as exportações se concentram na celulose, que ficou de fora da sobretaxação.
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Adaptação do mercado
Contudo, o Estado completa três semanas de suspensão da exportação de carne bovina aos Estados Unidos em decorrência da taxação. Frigoríficos do Estado, entretanto, não registram redução na produção e seguem vendendo para o mercado interno e externo.
A afirmação é do vice-presidente do Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capucci. Segundo o especialista, não há expectativa de retorno dos compradores norte-americanos diante do tarifaço; entretanto, o mercado segue estável.
A produção deve ter como destino novos mercados ou crescimento de mercados já existentes, como China, Chile e países do Oriente Médio. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam que a China concentra 49% do total embarcado de carne bovina pelo Brasil.
Em caso de a alternativa ser procurar novos mercados, o total deve ser de quase 50 mil toneladas de carne que terão novo destino. Isso porque Mato Grosso do Sul exportou 49,6 mil toneladas do produto para os Estados Unidos, o que totalizou R$ 1,3 bilhão (ou US$ 235 milhões) de carne bovina no período. Os dados estão disponíveis no sistema Agrostat, do Governo Federal.
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