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Economia

Após oito pregões de queda, dólar fecha em alta com ajustes e aversão ao risco

Dólar à vista fechou em alta de 0,82%, a R$ 5,6766
Agência Estado -
(Agência Brasil)

Após oito pregões seguidos de queda, em que acumulou desvalorização de 4,40%, o dólar subiu na sessão desta quarta-feira, 30, mas manteve-se abaixo da linha de R$ 5,70. Dados mais fracos de atividade na e nos EUA derrubaram preços de commodities, abalando divisas emergentes, em especial as latino-americanas.

Operadores afirmam que havia espaço para um movimento de ajuste e realização de lucros no mercado doméstico após o rali recente do real. Fatores técnicos típicos de fim de mês, como a disputa pela formação da última taxa ptax de abril e a rolagem de contratos futuros, podem ter pesado contra o real.

Com máxima a R$ 5,6875, no início da tarde, o dólar à vista fechou em alta de 0,82%, a R$ 5,6766.

Apesar do repique nesta quarta, a divisa ainda recua 0,20% na semana e perde 0,50% em abril. No ano, a moeda americana acumula desvalorização de 8,15%.

O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, observa que a apreciação do real nos últimos dias esteve ligada à rotação global de fluxo de capitais, com migração de parte dos recursos alocados por investidores nos EUA para outros países.

Já a alta do dólar nesta quarta é fruto de um movimento de depreciação dos preços das commodities, após leitura aquém das expectativas de índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China em abril, observa o economista.

“Vimos uma realização no mercado de commodities que tirou força do real. Além disso, dados fracos da economia americana provocaram aversão ao risco, fortalecendo o dólar”, afirma Costa, ressaltando que, apesar da divulgação de indicadores do mercado de trabalho local ( contínua e ), o movimento do câmbio respondeu nesta quarta basicamente a fatores globais.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY apresentou alta moderada e subia cerca de 0,30% no fim da tarde, ao redor dos 99,600 pontos, após máxima aos 99,648 pontos. Entre as moedas latino-americanas, quem mais perdeu foi o peso colombiano, seguido pelo real.

A primeira leitura do PIB americano no primeiro trimestre mostrou retração de 0,3%, enquanto a mediana de Projeções Broadcast era de avanço de 0,1%. Já os números do relatório ADP revelaram criação de 62 mil empregos no setor privado dos EUA em abril, bem abaixo das estimativas (134 mil). Na sexta-feira, 2, sai o relatório oficial de emprego (payroll) de março.

Analistas ponderaram que a contração do PIB dos EUA foi provocada em grande medida pelo aumento de importações, com antecipação de compras antes do anúncio das tarifas recíprocas por Donald Trump, e cortes de gastos do governo.

Embora a demanda doméstica continue a mostrar sinais de solidez, há temores crescentes de que a política comercial de Trump provoque uma recessão combinada com uma alta transitória da inflação. Monitoramento do CME Group mostra que ganharam força as apostas em corte acumulado de 1 ponto porcentual na taxa básica americana pelo Federal Reserve.

Trump disse nesta quarta à tarde que a “China está tendo uma tremenda dificuldade econômica” e reforçou a necessidade de um acordo justo com os chineses. Ao ser questionado se vai falar com o líder chinês, XI Jinping, respondeu que “vai acontecer”.

Costa, da Monte Bravo, traça um cenário em que as tarifas dos EUA para a China recuem dos 145% atuais para algo entre 50% e 60%, ainda assim um nível elevado. Com as negociações entre EUA e outros países, a tarifa americana de importação efetiva, que saltou de 2,4% para 22,4% com o tarifaço, deve se situar em torno de 10% a 15%.

“Teoricamente, isso ainda vai trazer efeitos secundários relevantes para a economia, que está desacelerando. Essa dinâmica deve abrir espaço para o Fed cortar os juros no segundo semestre”, afirma Costa, para quem uma nova rodada de apreciação do real estaria ligada a um enfraquecimento maior do índice DXY.

Ele observa que do ponto de vista dos fundamentos, com piora do déficit em transações correntes e superávit comercial perdendo tração, não há razão para imaginar um dólar abaixo dos níveis atuais. “E no segundo semestre a pauta doméstica vai começar a ganhar peso, com a discussão da isenção do IR e do orçamento de 2026”, afirma.

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