Pular para o conteúdo
Economia

Tesouro: Sem esforço por mais receita, meta seria descumprida em 2025 e 2026

O cenário obrigaria a equipe econômica a adotar os gatilhos previstos
Agência Brasil -
Reprodição

O Tesouro Nacional apontou em relatório divulgado nesta sexta-feira, 15, que, sem medidas adicionais para elevar a arrecadação, o governo não conseguiria cumprir a meta de gerar um superávit no resultado primário de 2025 e 2026. O cenário obrigaria a equipe econômica a adotar os gatilhos previstos no novo arcabouço fiscal. Por exemplo, se descumprir a meta no próximo ano e no seguinte, o limite de despesas só poderia crescer em 2027 e 2028 a uma proporção de 50% do avanço da receita – em vez de 70% da regra original. Além disso, o marco fiscal prevê que, caso o descumprimento aconteça por dois anos consecutivos, gatilhos adicionais são acionados, como a proibição de aumento de salários no funcionalismo público.

Enquanto a lei de diretrizes orçamentárias atual prevê um superávit de 0,5% do PIB em 2025 e de 1% do PIB em 2026, o cenário “base” da Fazenda, que considera apenas o pacote arrecadatório já aprovado no Congresso, levaria a déficits de 0,5% no próximo ano e de 0,4% em 2026. “Dessa forma, fica evidente que o cenário base (sem novas medidas de receita para 2025 e 2026) não promove as metas estabelecidas na LDO para além de 2024, demandando esforço fiscal para atingi-las”, escreveu o Tesouro no novo relatório de Projeções Fiscais, que também elabora um cenário de referência em que as metas para o primário são cumpridas a partir de esforços adicionais para aumentar o nível de receitas da União e garantir a estabilização da dívida pública.

O cenário base do Tesouro considera que a meta de zerar o déficit será cumprida neste ano, uma vez que o pacote da Fazenda para turbinar a arrecadação foi em grande parte aprovado pelo Legislativo. Como mostrou o Broadcast, a pasta inclusive subiu a estimativa de ganho com as medidas, de R$ 168,5 bilhões para R$ 170,8 bilhões neste ano, além de um ganho permanente de cerca de R$ 74 bilhões ao ano. Isso, contudo, não é suficiente para garantir que a União continue performando bem no aspecto fiscal pelos próximos dois anos. Ainda há necessidade de um esforço arrecadatório de 1% do PIB em 2025 e de 1,3% do PIB em 2026.

O Tesouro calcula também que as metas dos próximos dois anos não seriam cumpridas sem medidas adicionais mesmo com o contingenciamento de despesas. Isso porque o governo entende que o bloqueio no orçamento deve se limitar somente a um montante que preserve o avanço mínimo de 0,6% dos gastos. Com isso, o contingenciamento que seria aplicado em 2025 e 2026 seria de R$ 38,1 bilhões e de R$ 39 bilhões, respectivamente.

“Para os anos de 2025 e 2026, mesmo com o contingenciamento de despesas previsto na LDO, não é possível atingir o limite inferior da meta de resultado primário, o que implica aplicação da proporção de 50% da RLA nos anos de 2027 e 2028”, apontou o Tesouro. O órgão ainda observa que esse contingenciamento (que equivale a 0,3% do PIB) nos dois anos superaria o pagamento de precatórios expedidos, e que, por isso, haveria ligeira redução da despesa em proporção do PIB, que atinge 18,7%, ante os 18,9% do PIB observados em 2024.

“Entre 2026 e 2027, ocorre uma queda mais acentuada da despesa primária (0,5 p.p.), que alcança 18,3% do PIB em 2027, uma vez que a totalidade da despesa de precatórios volta a sujeitar-se ao limite de despesas, reduzindo o espaço das despesas discricionárias e a despesa total como um todo. A esse efeito, soma-se a redução do crescimento real do limite de despesas em 2027, ano em que o limite se eleva 1,4%, após crescimento de 2,5% por dois anos consecutivos”, calculou o Tesouro.

Com o gatilho acionado em 2027, as receitas líquidas ultrapassariam as despesas primárias, traduzindo num superávit. Com isso, o saldo do primário atingiria 0,1% do PIB em 2027 e cresceria até atingir 1,3% em 2033.

O Tesouro observa ainda que o relatório não considera medidas de revisão de gastos obrigatórios que estão em curso no governo e que, aponta o órgão, podem contribuir para o aumento do espaço fiscal das despesas discricionárias, ou, alternativamente, para melhores resultados primários.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Dois são presos e 5 adolescentes apreendidos em operação contra estupro coletivo em MS

hospital regional

Riedel supervisiona obras em Ribas do Rio Pardo nesta quarta-feira

Mulher agredida com 60 socos de companheiro se manifesta nas redes: ‘focar na recuperação’

lixo eletrônico

Tradicional arrecadação do lixo eletrônico da UFMS acontece em todos os campus

Notícias mais lidas agora

flexpark ação

Campo Grande contesta perícia de indenização ao Flexpark e alega que valor é R$ 1,8 milhão menor

Câmeras mostram Raquel no banco da frente antes de ser jogada na vala pelo amante

Em abril, membros do MPMS comemoram escolha de Alexandre Magno (esq.) para indicação ao CNMP, que já tem de MS o procurador Paulo Passos (centro) (Acervo público da Assecom/MPMS)

CNMP valida desculpas para nota zero de transparência no MPMS, alerta especialista

VÍDEO mostra homem sendo esfaqueado e gritos de socorro em Campo Grande

Últimas Notícias

Famosos

Carlinhos Maia se declara a Lucas Guimarães após divórcio: ‘Meu grande amor’

Em meio a rumores, Carlinhos Maia rasgou elogios a Lucas Guimarães logo após anunciar o fim do relacionamento de 15 anos; confira

Brasil

‘Tarifaço é tratado com seriedade, mas seriedade não exige subserviência’, diz Lula

Nova tarifa passa a valer na próxima sexta-feira (1º)

Política

Prefeitura abre crédito suplementar de R$ 15,8 milhões para entidades de Campo Grande

A informação consta no Diogrande desta quarta-feira

Mundo

VÍDEO: leões-marinhos tentam se salvar após terremoto na Rússia

Deslizamento de terra ocorreu após tremor de magnitude 8,8