Taxas avançam com mensagem dura do Copom e pessimismo fiscal
Em meio ainda à maior cautela no ambiente externo
Agência Estado –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Os juros futuros fecharam a sessão em alta, mais acentuada na ponta curta, em função da reação ao comunicado do Copom mais hawkish do que o previsto. O impacto ao longo do dia, porém, acabou sendo contaminado pelas preocupações com o cenário fiscal, em meio ainda à maior cautela no ambiente externo.
A percepção é de que a política monetária terá de ser até mais agressiva que o sugerido pelo colegiado para compensar a falta de rigor na gestão das contas públicas, diante do pessimismo sobre a aprovação do pacote de corte de gastos ainda em 2024. A precificação da curva para a decisão de janeiro já embute um aumento de 1,25 ponto porcentual, com Selic terminal próxima novamente dos 16%.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saltou de 14,26% para 14,66% e a do DI para janeiro de 2027, de 14,49% para 14,71%. A taxa do DI para janeiro de 2029 encerrou em 14,16% (de 14,12%).
As primeiras horas da sessão foram dedicadas à repercussão do Copom. O aumento da Selic em 1 ponto, para 12,25%, estava bem precificado, mas não os outros dois da mesma magnitude que foram sinalizados, o que surpreendeu o mercado.
O Copom deixou ainda em aberto a questão sobre até onde o ciclo pode chegar, alegando que a magnitude total será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta. As taxas curtas subiram e as curtas cederam, ambas de forma expressiva, cumprindo a expectativa de achatamento da curva prevista ainda ontem pelos analistas.
O efeito Copom na ponta curta foi ainda potencializado pelo resultado das vendas do varejo. O varejo restrito avançou 0,4% e o ampliado, 0,9%, em outubro abre setembro. As medianas eram de -0,2%, com intervalo de -1,3% a +0,5%, e 0,7% (intervalo de -1,4% a zero).
No fim da manhã, o recuo da ponta longa começou a perder fôlego com a piora do câmbio e na curva americana, com os Treasuries pressionados para cima. A virada consistente de sinal veio no começo da tarde, após apuração do Broadcast de que representantes do Judiciário estão defendendo junto a deputados mudanças no trecho da PEC do pacote que trata do combate às exceções ao teto remuneratório do funcionalismo público.
Já o relator de um dos projetos, deputado Isnaldo Bulhões, disse que fará ajustes nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas manterá a regra do salário mínimo como enviado pelo governo. Com os projetos do pacote travados no Congresso, há impasse sobre a inclusão do novo valor do mínimo, a vigorar a partir de 2025, no Orçamento.
Mesmo o impacto, que seria positivo, da alteração do projeto que estabelece gatilhos para o arcabouço foi relativizado. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, a mudança será feita para garantir que o superávit financeiro de alguns fundos públicos só possa ser usado para amortizar a dívida.
O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, explica que há uma preocupação com as idas e vindas dos textos, que, além de enfraquecer o potencial de economia, tendem a atrasar ainda mais a tramitação no Congresso. “A agenda é pesada e o tempo, exíguo”, afirma. Ele lembra ainda que as negociações ocorrem num momento em que o presidente Lula, que se recupera de uma cirurgia craniana, está fora de combate. “Como articulador que é, Lula seria essencial para fechar os acordos necessários para acelerar a tramitação. Os ministros envolvidos não têm o mesmo peso”, afirma.
Na contas do mercado, a âncora fiscal fragilizada deve sobrecarregar a política monetária até mais do que indicou o Copom ao colocar a Selic em 14,25% na reunião de março. Por volta das 15h30, a curva projetava, segundo Costa, taxa terminal de 15,85% e 127 pontos de alta em janeiro. Ainda que boa parte disso possa não ser apostas firmes e representar apenas prêmios de risco, tecnicamente a curva precifica já integralmente um aperto de 125 pontos na próxima decisão.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Câmara aprova fim da cobrança de roaming entre países do Mercosul
O texto segue para análise do Senado
Rompimento de fibra ótica deixa serviços de prefeitura em MS fora do ar
Prefeitura de Corumbá ficou com serviços fora do ar nesta quinta
Natal: instituto identifica itens da ceia com peso abaixo do anunciado
A Operação Pente Fino Natal fez a verificação entre 25 de novembro e 6 de dezembro
Programa de conservação de áreas verdes em Campo Grande é implementado
Criação de parcerias para serviços inerentes à manutenção e conservação de parques
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.