Com cerca de 1,4 milhão de hectares de milho colhidos em Mato Grosso do Sul até o momento, o que representa 65,9% das lavouras do estado, a estimativa de produção do alimento na segunda safra 2023/2024 foi reajustada e deverá ser 9,2 milhões de toneladas.

O número representa uma redução de 19,1% na comparação com a estimativa divulgada no início do ciclo, que era de 11,4 milhões de toneladas. 

Os dados são do projeto Siga MS, da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), divulgados nesta terça-feira (30).

Segundo o analista de economia da associação, Mateus Fernandes, diante dos indicativos de queda acentuada de produtividade, o valor da quebra da segunda safra é de aproximadamente R$ 9,25 bilhões.

Redução das estimativas

A redução na estimativa de produção representa queda de 34,7% no resultado, na comparação com o ciclo 2022/2023. Assim, a produtividade estimada para o milho passou de 86,3 sc/ha (sacas por hectare) para 69,77 sc/ha, uma queda de 30,7% na comparação entre a estimativa do início da safra para a atual. 

A área continua com expectativa de queda de 5,8% em relação ao ciclo anterior, ocupando uma área de 2,2 milhões de hectares.

“É importante ressaltar que esses números ainda não são oficiais, pois a amostragem das áreas ainda está em andamento, com previsão de término para o dia 13 de setembro”, aponta o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta. 

Segundo o técnico, o estresse hídrico foi a principal causa da perda de potencial produtivo nesta segunda safra de milho. 

“Esta condição adversa impactou uma área total de 767 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul. Os períodos de seca ocorreram inicialmente entre março e abril, com duração de 10 a 30 dias de estresse hídrico. Mais recentemente, entre abril e julho, o estado enfrentou um total de 90 dias sem chuva”, detalhou.

Ele ainda explica que a região norte do estado já está há mais de 100 dias sem precipitação. Além das baixas produtividades registradas no campo, também são observadas perdas totais da produção, em lavouras onde o produtor nem realiza a colheita efetivamente, pois não compensa.

Queda recorde

De acordo com dados do Projeto Siga MS, essa redução da produtividade é uma das maiores dos últimos 10 anos no estado.

A safra 2023/2024 só perde para a safra de 2020/2021, quando a produtividade em Mato Grosso do Sul ficou em 47,7 sc/ha, e para o ciclo 2015/2016, quando foi registrada produtividade de 58,41 sc/ha.

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