Mato Grosso do Sul deve produzir 1 milhão de toneladas de soja a menos do que o volume obtido no ciclo passado, com perda estimada em torno de 20% por quebra de produção e produtividade devido aos períodos de forte estiagem registrados no estado em 2023 e devido aos baixos preços pagos pelo produto. 

A Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de MS) afirma que as perdas devem chegar 40% da receita com a soja em Mato Grosso do Sul. “Os números ainda estão sendo consolidados, mas indicam que (a queda no resultado) vai causar um dano para o estado na sua arrecadação e para o porto rural, e infelizmente essa quebra, aliada ao preço baixo, também traz um desacordo no seu caixa”, afirma o presidente do Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Marcelo Bertoni.

Diante da estimativa de quebra de safra, representantes do agronegócio já buscaram ajuda do Governo Federal para minimizar os impactos econômicos dessas perdas.

Ajuda do Governo Federal

“Já estivemos em contato com o ministro (ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos) Fávaro, ao qual vai fazer um lançamento, em no máximo 15 dias, de uma ajuda aos produtores, que seria a prorrogação dos investimentos, o pagamento dos juros e os custeios também. Então nós estamos aguardando agora o ministro Fávaro fazer esse lançamento”, detalhou Bertoni.

A conversa com o ministro aconteceu no último dia 6, por videoconferência, e teve a participação, além do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e de Bertoni, também de outros representantes de entidades ligadas ao setor e ao desenvolvimento econômico do estado. 

Andamento da colheita

Segundo dados mais recentes do Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), da Aprosoja/MS, divulgados nesta terça-feira (12), até o momento Mato Grosso do Sul tem 2,921 milhões de hectares de soja colhidos, o que equivale a 68,5% da área plantada.

Apesar da apreensão dos produtores, no comparativo com ao ciclo 2022/2023, a porcentagem de área colhida nesta safra está 14,5 p.p. mais avançada até o momento e 66% das lavouras estão em boas condições, 20% estão em condições regulares e 14% em condições ruins. A Aprosoja/MS atualiza esses números semanalmente até a conclusão do levantamento de produtividade, que deve ocorrer no mês de abril.