Com seis novos frigoríficos habilitados a exportar bovina para a China, triplica o número de plantas habilitadas e amplia de 11% para 57% a capacidade de abate autorizada para ao país. A China já é o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, mas o novo cenário deve impactar na economia estadual e também no bolso de pecuaristas.

Nesta sexta-feira (12), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa do primeiro embarque da proteína animal para a China a partir do JBS de , recém-habilitado, marcando o início da ampliação da relação comercial com o país após a habilitação de 38 unidades do Brasil.

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) afirma que as novas habilitações podem gerar incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira ao logo de um ano. Secretário do Mapa, Roberto Perosa (Comércio e Relações Internacionais) destaca a participação de Mato Grosso do Sul nas novas habilitações.

“Somente no Mato Grosso do Sul haverá um acréscimo significativo no volume exportado com as novas habilitações. Antes, o estado tinha 11% de sua capacidade de abate autorizada para exportação para a China, e isso está passando para 57%. É um incremento gigantesco nas possibilidades de expansão comercial. Isso vai gerar, com certeza, vai mudar a pecuária em Mato Grosso do Sul”, destacou Perosa.

Confira as novas plantas habilitadas a exportar para a China:

  • Prima Foods S.A – Cassilândia
  • Marfrig Global Foods S.A. –
  • 2 unidades da JBS S/A – Campo Grande
  • Boibras Industrial e Comércio de Carnes e Sub-Produtos Ltda –
  • JBS S/A – Naviraí

Pecuaristas esperam melhor remuneração

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, se destacando como maior parceiro comercial de Mato Grosso do Sul para proteína animal. Com o aumento da participação do chamado ‘Boi China', produtores de Mato Grosso do Sul esperam melhora na remuneração.

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia), explica que a China compra carne de animais de até 30 meses e paga melhor por isso. “Hoje a diferença de preço chega a 15% e 20% na arroba, no preço final adicionado. A gente acredita que vai retomar um pouco esse preço em termos internacionais”.

Ele afirma que Mato Grosso do Sul pode chegar a exportação de até 25% do rebanho para a China, o que melhora a competitividade e consequentemente os preços internos no Mato Grosso do Sul.

Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões. Até o início de março de 2024, o Brasil possuía 106 plantas habilitadas para a China, sendo 47 de aves, 41 de bovinos e 17 de suínos.

Confiança da China no produtor de MS

Presidente da Acrissul (Associação de Produtores de MS), Guilherme Bumlai comemora as habilitações de frigoríficos de Mato Grosso do Sul exportando para a China, como resultado da confiança que o mercado internacional tem no agronegócio brasileiro.

Para Bumlai, essa confiança vem crescendo desde o mês de março, quando a China habilitou 38 frigoríficos brasileiros, sendo 6 em Mato Grosso do Sul, para exportar carnes bovina, suína e de frango para o país asiático. “O Mato Grosso do Sul só tem a ganhar com isso. O aumento das exportações mexe sensivelmente com a cadeia produtiva da carne, alterando a dinâmica do mercado de forma positiva, o que pode ser benéfico para todos”.