A safra brasileira 2023/2024 de milho deve encerrar com produção de 100,5 milhões de toneladas e produtividade em 100,6 sacos por hectare, segundo a Agroconsult. Apesar de 10% abaixo da safra anterior, a produção representa incremento de 4% em relação ao estimado em maio.

Em Mato Grosso do Sul, no entanto, estima-se queda na produtividade. As lavouras sofreram com a estiagem e todos os indicadores de campo apresentam queda. 

O sul do estado foi a região mais afetada e apresenta produtividades muito irregulares que variam de 20 a 120 sacas por hectare, realidade diferente do norte de MS, que apresenta melhores condições, com cenário semelhante, porém em menor intensidade quando comparado ao sul.

Segundo a análise da Agroconsult, a produtividade estimada para o estado sul-mato-grossense é de 72,6 sacas por hectare, número 25,5% inferior à safra passada.

Números da Aprosoja/MS

De acordo com a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), por meio do projeto Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS), a estimativa é que a 2ª safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado, atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. 

A produção está estimada em 11,485 milhões de toneladas, o que representa queda de 19,23%. Já a produtividade, segundo a entidade, está prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%. 

Condições das lavouras

Nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, as condições são majoritariamente boas, variando de 55,9% a 85,5%. As condições regulares nestas regiões variam entre 8,6% e 17,6%, e as condições ruins entre 5,9% e 29,9%. 

Por outro lado, as regiões sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode-se encontrar lavouras com até 50% em condições ruins. As condições regulares variam entre 23,1% e 38,1%, e as boas condições estão entre 14% e 28,2%. 

Ainda de acordo com a entidade, a segunda safra de milho 23/24 apresenta perdas significativas no potencial produtivo devido ao estresse hídrico. 

Isso porque foram registrados períodos de seca entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e, mais recentemente, entre abril e junho, com mais de 80 dias sem chuvas. A situação adversa afetou uma área total de 790 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul.