Primeiro indígena do Brasil a conseguir recurso do Pronaf produz mandioca em Nioaque

Indígena recebeu R$ 40 mil em recursos do Pronaf A, pagos pelo Banco do Brasil e destinados à aquisição de implementos agrícolas

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Livrada e Oto orgulhosos da produção. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 76 anos, o agricultor Oto Pauferro é o primeiro indígena do Brasil a conseguir recursos do Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para a aquisição de máquinas agrícolas. Ele produz mandioca, frutas e outros itens na aldeia Brejão, em Nioaque – distante 180 km de Campo Grande.

Os povos e comunidades tradicionais e indígenas só passaram a ter direito aos recursos do Pronaf A há dois meses, com o lançamento do novo Plano Safra do Governo Federal. Para conseguir juntar a documentação necessária e solicitar o recurso, Oto contou com assistência técnica da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

Ele e a esposa, Livrada Pauferro produziram cerca de 500 kg de mandioca este ano. Toda a produção, do plantio à venda aos supermercados, foi feita com as próprias mãos e ajuda de enxadas.

Eles nunca tiveram um trator para ajudar na produção e essa é a primeira vez em que Oto e Livrada conseguem recursos públicos para investir na produção.

Recurso de R$ 40 mil vai ajudar a ampliar produção

Oto recebeu R$ 40 mil em recursos do Pronaf A, pagos pelo Banco do Brasil e destinados à aquisição de implementos agrícolas. Com o dinheiro, ele vai adquirir um microtrator com grade aradora, uma roçadeira e vai conseguir reformar uma cerca deteriorada.

“Agora muda tudo. Fizemos um projeto para adquirir um microtrator com grade e também com roçadeira, mas queremos ampliar mais, comprar uma plantadeira de rama. Estamos com essa ideia”, contou ao Jornal Midiamax.

Indígenas e os demais agricultores familiares que precisarem de crédito pelo Pronaf podem procurar um dos escritórios da Agraer distribuídos em todos os municípios. Os extensionistas prestam auxílio com a documentação e ainda elaboram o projeto para ser apresentado ao banco.

“Auxiliamos todos os escritórios na emissão e enquadramento de Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) através de mutirão. Começamos por Nioaque, onde já foram feitas mais de 150 CAFs”, explica a coordenadora Regional de Anastácio da Agraer, Vera Lucia de Oliveira Golze, a regional tem o maior número de povos indígenas, povos originários e quilombolas.

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