O ICEC (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) em Campo Grande recuou de 140,3, para 138,7 pontos – registrando uma queda de 1,2%. A manutenção da inflação em dois dígitos – no caso, acima de 10% no acumulado dos últimos doze meses – em conjunto com a elevação das taxas de juros, contribuíram para o esfriamento do otimismo empresarial em março.

A pesquisa em Campo Grande, chancelada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), é também reflexo do pensamento empresarial em nível nacional. De acordo com Regiane Dedé de Oliveira, gerente do IPF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento), da Fecomércio/MS (Federação de Comércio de Mato Grosso do Sul), não dá para fugir da preocupação com a inflação, principalmente por afetar os custos das empresas e, ao mesmo tempo, impacta o crédito. “Apesar da queda no índice, o empresário é um otimista nato”, reforça a economista.

Quanto ao porte das empresas, a pesquisa deixa claro que, no caso daquelas que possuem mais de 50 funcionários, a otimismo é maior e chega a 150,6 pontos. A metodologia utilizada na pesquisa aponta que, para a registro de otimismo, é necessário a obtenção de mais de 100 pontos. O pessimismo é detectado quando o número de pontos registrado é inferior a 100. Neste caso, o item situação dos estoques ficou em 98,5 pontos e por dois motivos: Há empresas com estoque parado e outras que não conseguem comprar para poder vender.

Segundo Regiane Dedé de Oliveira, a situação econômica ainda está longe de ser a ideal e como exemplo disso a economista citou os números da Páscoa deste ano, que será 31% mais magra e menos achocolatada que 2021. “É um conjunto de fatores que não soam bem: Juros altos, inflação em crescimento e menor poder de compra da maior parte da população. Isso acaba atingindo o empresário, que também é impactado pelo aumento dos custos dos insumos”, detalha Regiane Dedé de Oliveira.