Pular para o conteúdo
Economia

Dólar cai 0,90% e fecha a R$ 5,4165 com apetite estrangeiro por ativo locais

A divisa até esboçava encerrar o dia abaixo de R$ 5,40
Arquivo -
Agência Brasil
Agência Brasil

O dólar à vista emendou na sessão desta quinta-feira, 20, o segundo pregão seguido de queda firme, em meio a relatos de fluxo de recursos externos para a Bolsa brasileira e para a renda fixa local, além de desmonte de posições compradas em dólar futuro (que ganham com a alta da moeda) por parte de fundos estrangeiros na B3.

Em baixa desde a manhã, em linha com as demais divisas emergentes, na esteira de mais corte de juros na , o dólar à vista acelerou as perdas ao longo da tarde e chegou a romper o piso psicológico de R$ 5,40, em sintonia com nova máxima da bolsa. Na mínima, a moeda tocou R$ 5,3795 (menor valor intraday desde 4 de outubro), com operadores notando ordens de zeragem de posições.

A divisa até esboçava encerrar o dia abaixo de R$ 5,40, mas reduziu a queda no fim do pregão, com a aceleração do índice DXY – que mede a variação do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – para a casa dos 95,700 pontos, sobretudo por conta dos ganhos em relação ao euro.

No fim do dia, o dólar recuava 0,90%, a R$ 5,4165 – menor valor de fechamento desde 11 de novembro (R$ 5,4042). A queda acumulada nos últimos dois dias é de 2,65%. Graças ao tombo recente, a moeda agora registra perdas de 2,86% em janeiro. Ao lado do rand sul-africano, o real liderou nesta quinta o pelotão de ganhos de divisas emergentes em relação à moeda americana. Na B3, o dólar futuro para fevereiro recuou 0,39%, a R$ 5,43350, com giro de US$ 13,5 bilhões.

“O fluxo para a bolsa já vinha positivo desde o começo de janeiro, mas tem acelerado nos últimos dias com o efeito da China, que quer sustentar um certo crescimento. Isso tira uma percepção de risco maior que havia se criado em relação a emergentes, já que gera fator positivo de demanda por bens e commodities”, afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, ressaltando que os ativos locais estavam bem atrativos quando cotados em dólares.

Depois de reduzir a taxa de médio prazo (MLF) no início desta semana, o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) cortou nesta quinta suas taxas de juros de referência (LPRs) para empréstimos de curto e longo prazos.

Lima também observa que há certa acomodação do mercado à expectativa do processo de normalização da política monetária pelo Federal Reserve, que acenou com início da alta de juros em março e comentou que pretende iniciar a redução de seu balanço patrimonial neste ano. “Já se sabe mais ou menos o que o Fed vai fazer. Talvez tenha até se exagerado um pouco na precificação da alta de juros. Agora, o mercado está se acomodando”, diz.

O estrategista-chefe da Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein, nota que houve uma forte redução das posições compradas em dólar (que ganham com a alta da moeda) de estrangeiros na B3 (cerca de US$ 7 bilhões), de 5 de janeiro para cá. “Essa redução em poucos dias é bastante significativa e está por trás da boa performance do real em janeiro”, afirma Goldenstein, no Twitter. “Com a mais alta, o carrego negativo do hedge na moeda começa a pesar mais”.

Por ora, a onda de recuperação de divisas emergentes, dada a valorização das commodities, se sobrepõe às preocupações fiscais domésticas, com as pressões de funcionalismo por reajuste salarial em meio à espera pela sanção presidencial ao Orçamento de 2022, cujo prazo final é a sexta-feira.

Lima, da Western, observa que, levando em conta os fundamentos, é possível pensar em uma apreciação adicional da moeda brasileira. Ele chama a atenção, contudo, para as “idiossincrasias locais”, como a corrida eleitoral para a presidência da República. “A taxa de câmbio ainda está em um nível depreciado e pode ir mais para baixo, pelos fundamentos. Mas não dá para descartar a volatilidade com o quadro doméstico e até por uma piora lá de fora, que não está afastada”, diz.

Em evento promovido pelo banco Santander, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a “polarização da eleição já afeta um pouco a volatilidade de câmbio”, mas que o BC está preparado para agir se necessário. “Mas não achamos que volumes preestabelecidos de intervenção no câmbio são uma boa solução”, disse Campos Neto.

Como programado, o BC realizou nesta quinta leilão de swap cambial para rolagem dos vencimentos de março e colocou a oferta total de 17 mil contratos, com valor de US$ 850 milhões.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Caminhão invade preferencial e mata empresário em Amambai

‘Trump usa tarifas como arma política’, diz Camila Jara sobre suspensão de carne para os EUA

Padrasto agride enteado, alega ‘atitudes rebeldes’ e pai do menor aciona polícia

VÍDEO: Casal é flagrado usando drogas no leito de UPA em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

carne três lagoas

Mato Grosso do Sul suspende abate de bovinos para os EUA após Trump anunciar taxação

Senado Federal aprova proposta de Nelsinho Trad contra ‘tarifaço’ de 50% de Trump

Sem ajuda, adolescente teria agonizado até a morte em clínica para dependentes de MS

Na companhia da irmã, Key Alves faz ultrassom para descoberta de sexo do bebê

Últimas Notícias

Cotidiano

Incêndio assusta moradores e fumaça toma conta do Bairro Moreninha

O fogo deixou uma área de vegetação completamente destruída

Política

Alckmin diz que governo tentará acordo antes do prazo para tarifaço

Trump anunciou aumento de taxas de importação a partir de 1º de agosto

Política

Atividade econômica em terras indígenas divide opiniões no Senado

O debate aconteceu nesta terça-feira, em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos

Política

Riedel explica motivo de MS ter concurso para polícia mesmo com limite prudencial extrapolado

O governador anunciou o edital do concurso com 400 vagas para a Polícia Civil será disponibilizado nesta quarta-feira