Com alta do Diesel, caminhoneiros se sentem acuados e greve não é consenso entre categoria
Preço do diesel foi reajustado pela Petrobras em 8,87% para as distribuidoras
Fábio Oruê, Ranziel Oliveira –
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Principais afetados com a alta de R$ 0,40 no litro do diesel, caminhoneiros não conseguem entrar em consenso sobre uma eventual nova greve da categoria e se sentem acuados e sem saída após o anúncio do aumento pela Petrobras na segunda-feira (9).
No pátio do Posto América, na BR-163, o caminhoneiro autônomo Marcelo Peres, de 48 anos, não vê outra saída a não ser diminuir as viagens. Ele saiu de Corumbá e está indo em direção a Piracicaba (SP).
“Nós, que somos pequenos, vamos diminuir [as viagens]. O que vai acontecer: em vez de duas viagem no mês, vamos fazer uma e esperar para ver o que vai acontecer”, disse ele ao Jornal Midiamax.
A Petrobras anunciou um reajuste de 8,87% no preço do diesel para as distribuidoras. De acordo com a empresa, o preço do litro do combustível no atacado passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.
Em 2018, nesta mesma época do ano, caminhoneiros de todo o Brasil fizeram uma paralisação que durou dias contra o aumento do diesel no país. Neste ano, entretanto, a categoria não está entrando em consenso. “O caminhoneiro pequeno não pode parar. Só vamos parar se houver um bloqueio na estrada”, afirmou Peres.
Segundo o caminhoneiro Ramires, de 34 anos, que trabalha para uma empresa carregando soja, a ‘conversa’ de greve circula, mas nada foi organizado. “A conversa seria de parar os caminhões no pátio da empresa. A empresa cogitou a possibilidade de parar com a alta do diesel”, revelou à reportagem.
Para ele, há maior possibilidade dos autônomos fazerem uma greve do que os motoristas que são empregados. “Dependendo da situação, se continuar [aumentando], vai ter que parar”, opinou.
Para o caminhoneiro Aparecido Soares, de 44 anos, quem trabalha para empresas está sujeito a maiores prejuízos. “Você trabalha com comissão, em cima da média que você faz. Se der uma vacilada, vai prejudicar a empresa e o patrão”, disse.
Apesar disso, ele admite que a situação ‘está difícil’. “Por conta das altas, igual teve aquelas greves, tem que parar. Mas, em massa e não só um ou outro”, sugeriu. “Mas não tem muito o que fazer, manda quem pode e obedece quem tem juízo”, finalizou.
Diesel mais caro para o consumidor
O aumento de R$ 0,40 é a parcela da Petrobras no preço cobrado do consumidor, que ainda inclui custos e margens de lucro das distribuidoras e dos postos de combustível, além do ICMS.
A empresa justifica o aumento informando que o balanço global de diesel está sendo impactado, nesse momento, por uma redução da oferta frente à demanda.
“Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras. Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, informa a empresa na nota divulgada à imprensa.
Alguns postos de combustíveis em Campo Grande já estão vendendo o litro do diesel comum, ou S500, acima dos R$ 7,00, nesta terça-feira (10). O diesel S10 é encontrado por até R$ 7,24.
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