Segundo o Santander, os juros da modalidade partem de um patamar de 7,99% ao ano, um dos mais baixos da série histórica e “se mantém atrativos em um momento que segue oportuno para quem pretende adquirir imóvel financiado”.

Por fim, o banco ressaltou que tem como compromisso oferecer aos clientes as melhores condições, permanecendo com a oferta de crédito imobiliário atrelado à TR, “que possui menos volatilidade do que os produtos indexados (poupança e IPCA)”.

Com a alta, o Santander Brasil se torna o primeiro dos grandes bancos no país a elevar as taxas de juros imobiliário depois da sequência de três altas seguidas anunciadas no Comitê de Política Monetária (Copom) recentemente. A Selic subiu de 2% a.a. em março para 4,25% a.a. na última reunião, em junho.

Ainda, a visão é de que o deixou espaço aberto para acelerar o ritmo de altas de juros na próxima reunião, no início de agosto, com a Selic podendo encerrar 2021 acima do atual patamar previsto pelo mercado no último relatório Focus, de 6,25%.

Na simulação no site do banco, a nova taxa já aparece. Veja o resultado considerando um imóvel de R$ 350 mil e um financiamento de cerca de 50% do valor do imóvel (máximo permitido na plataforma):

Crédito imobiliário

Na última matéria que o InfoMoney fez sobre os juros do financiamento imobiliário, a opção do Santander era a mais vantajosa, o que deixa de ser verdade a partir desse aumento. O banco oferece apenas a opção atrelada a TR.

Vale lembrar que hoje a TR está zerada, mas pode subir em um cenário de elevação mais agressiva de juros (entenda a TR e como ela é calculada).

Especialistas já haviam alertado para o início das altas das taxas de juros dos bancos. Mas reforçaram que ainda há uma “gordura” para queimar em termos de spread (os bancos hoje captam o dinheiro a 4,25% ao ano e o emprestam a 7,99%, por exemplo, no caso agora do Santander).

“O ambiente está em ritmo de mudança, ainda não sabemos o tamanho dela ou até quando vai o aumento de juros, a inflação alta e esse novo período. Mas fato é de que as perspectivas estão mudando. Portanto, é um momento de reflexão, um novo ciclo de alta de juros deve impulsionar um aumento no custo de financiamento e aumento de preços nos imóveis também no médio prazo”, afirmou Eduardo Zylberstajn, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Daniele Akamine, advoga do escritório Akamine Advogados e Negócios Imobiliários, explicou que o consumidor que acredita que está em um momento de vida adequado para a compra de um imóvel não deve esperar muito mais.

“A Selic regula a taxa de juros do mercado, naturalmente, não é a única coisa que regula a taxa do financiamento, mas é um termômetro”, disse.

Segundo ela, como o produto crédito imobiliário é muito importante para os bancos, até agora não tínhamos visto repasses da alta da Selic para o consumidor final.

Por enquanto, os outros quatro grandes bancos mantêm suas atuais taxas, sem alterações, mas não sabemos por quanto tempo.

“Apesar desse produto fidelizar o cliente, e ser de longo prazo, ninguém quer deixar dinheiro na mesa. Nesse sentido, a partir de agora as chances de o repasse das altas por parte dos bancos começar são mais altas”, completa.

**A matéria foi atualizada às 11h54 com o posicionamento oficial do Santander Brasil.