O principal prejuízo produzido no extenso período que tem levado a pandemia, além obviamente da crise sanitária e as mortes por Covid-19, tenha sido no setor econômico e financeiro.
E a crise não se discriminou entre os diversos grupos. É só olhar para as grandes companhias com as diversas paralisações na produção, os trabalhadores estão percebendo a maior taxa de desemprego- 14,5% segundo o publicado pelo Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia-, e no que tem a ver com os pequenos negócios e empreendimentos, um relatório divulgado pelo Sebrae e desenvolvido pela Global Entrepreneurship Monitor, mostrou que dos 22,3 milhões existentes em 2019, o número baixou para 12 milhões no ano passado.
Nesse contexto, uma das ferramentas mais utilizadas para cobrir as contas ou manter os trabalhos em pé, foi a procura por diversos créditos ou serviços financeiros. Tanto as entidades financeiras como o Governo vêm incrementando as suas ofertas para cobrir a demanda, essencial para a época.
A boa notícia é que os dados oficiais mostram um incremento no estoque total de créditos no Brasil, que subiu 0,5% em abril de acordo com o mês anterior. A informação foi fornecida pelo Banco Central do Brasil, e o incremento fez com que o estoque total chegasse a 4,126 trilhões de reais, ou seja o equivalente a 53,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O movimento do crédito total varia se olharmos para cada linha de crédito e do público direcionado:
- O saldo de crédito livre, no qual os tomadores estabelecem livremente as taxas com os bancos, cresceu 0,9% para pessoas físicas, incremento que foi diretamente impulsionado pelo incremento de 2,1% da oferta por empréstimos pessoais. Trata-se do terceiro mês consecutivo de crescimento de créditos para pessoas físicas, com destaque nas diversas modalidades do consignado, especialmente nos direcionados para os beneficiários do INSS.
- No caso dos créditos para pessoas jurídicas a subida foi bem menor, de 0,3%. Isto foi por causa de uma queda nos pedidos de capital de giro de curto prazo, créditos que tinham crescido muito em 2020 na procura das empresas por reforçar seu caixa. Para o chefe de Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o principal motivo deste comportamento deve-se à redução das incertezas, mesmo que ainda permaneçam elevadas, junto com o próprio vencimento das operações do ano passado.
- A redução anterior foi ligeiramente contrabalançada por uma alta de 15,5% da modalidade de crédito ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), uma antecipação de recursos em moeda nacional aos exportadores, por conta de uma exportação realizada no futuro.
Mesmo assim, o maior impulso para o crescimento geral do estoque foi impulsionado pelo crédito ampliado às famílias com um incremento de 1% no mês, totalizando R $2,5 trilhões. A cifra representa o equivalente a 33,1% do PIB e implicou um aumento de 13,8% em comparação com o mesmo período do ano passado.