Mesmo com o desequilíbrio econômico gerado pela pandemia, a facilidade de financiamento imobiliário para o trabalhador autônomo não foi afetada. Porém, mesmo com as condições de financiamento favoráveis, a classe tem esbarrado na dificuldade de comprovar renda, o que inviabiliza o processo.

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Casa popular, ilustrativa (Foto: Prefeitura de Campo Grande)

 Para o proprietário de um correspondente bancário da Econômica Federal, Itamar Benito, a comprovação de rende entre autônomos não é comum, o que dificulta o processo. “ISS [imposto sobre serviços] e INSS, não tem uma cultura orientando os autônomos a fazer o recolhimento desde o começo [do empreendimento]. Ele não pensa lá na frente e na hora de financiar é isso que pega”, explicou Benito.

Conforme o correspondente, a necessidade de comprovação da renda sempre existiu. Para quem tem interesse em financiar um imóvel, o recomendado é iniciar o recolhimento formal o quanto antes, e em torno 6 meses, será possível aprovar o seu crédito.

Nos últimos dois anos, Itamar testemunhou um aumento no valores de financiamento e juros mais baixos. “Na verdade, houve um aumento na oferta de crédito e facilitou o financiamento, porém, essas pessoas não conseguem comprovar renda e não tem como efetivar o contrato”, disse Benito.

Ser um bom pagadaor facilita 

Para a correspondente bancária Ellen Viana, proprietária da Viana Cred, a aprovação depende de uma série de fatores, “Na realidade não depende só da forma que ele comprova renda, envolve o histórico bancário, score e se o cliente é um bom pagador”, disse ela.

Em uma análise, ela explica que o cliente que paga suas contas em dia tem um histórico mais favorável e terá uma facilidade maior para garantir o financiamento, mas é necessário comprovar a renda. “Ele precisa comprovar renda, eles aceitam movimentação bancária para comprovar, porém, ele é encaixado como renda informal e a pontuação fica muito baixa e caba não conseguindo. O ideal é declara o imposto de rende, ele irá entrar com uma renda formal e a pontuação será mais alta”, explicou Viana.

Financiamento acessível e na prática

Para o proprietário da Império Consultoria Habitacional, Tadeu de Oliveira, mesmo com um número expressivo desempregados a procura por financiamentos tem aumentado nos últimos meses.  

“As pessoas na informalidade estão comprando, mas tem que ter algum tipo de comprovação de renda. Se ele movimenta uma conta bancária vai financiar normal. Difícil, é para o autônomo que não compra e não coloca o dinheiro em lugar nenhum, para ele é inviável”, explicou.

Ilustrando a facilidade para adquirir uma casa popular, o consultor apresentou uma renda de R$ 1,5 mil que conseguiu comprar uma casa no valor de R$ 122 mil. Com apenas 6 meses de comprovação, foi possível aprovar o financiamento. O banco financiou 80% do valor do imóvel, e a compradora deu 20% de entrada.

“Ela recebeu um subsídio do de R$ 25,2 mil. Financiou R$ 71,7 mil e a entrada de R$ 14 mil ela parcelou com a construtora. Não está difícil, o negócio é comprovar a renda”, finalizou.