Em fevereiro, as vendas de gasolina pelos postos de atingiram o menor nível em seis anos. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as distribuidoras repassaram 47,569 mil metros cúbicos do combustível aos revendedores, mais baixo volume registrado no intervalo de um mês desde fevereiro de 2015, quando o consumo bateu 47,069 m³.

Só em fevereiro deste ano o preço médio da gasolina subiu 53 centavos no Estado, conforme levantamentos da ANP. O combustível abriu o mês vendido a um preço médio de R$ 4,888. A última pesquisa realizada em fevereiro constatou preço médio de R$ 5,42. Até o fim de março, o litro era vendido em Mato Grosso do Sul a uma média de R$ 5,658.

O consumo de gasolina em janeiro de 2021 já havia sido o menor para o mês no Estado desde 2012. Na ocasião, as distribuidoras venderam aos postos 54,1 mil m³.

O consumo reduzido de gasolina pelos motoristas pode estar escorado na disparada dos preços. A Petrobras já mexeu nos valores sete vezes este ano, com apenas uma redução.

Além disso, o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) pratica a quinta maior alíquota de (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do País, de 30% sobre a gasolina. A alta tributação vem sendo alvo de protestos. Além disso, é questionada em parecer da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que pode tentar derrubar o aumento da alíquota por meio de uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal).

De quebra, Reinaldo decidiu descongelar a pauta fiscal dos combustíveis, o que reflete em um aumento de 18 centavos no litro da gasolina nesta primeira quinzena de abril – segundo o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul). O PMPF (Preço Médio Ponderado ao Final), que baliza a cobrança do ICMS sobre os combustíveis, estava inalterado desde a segunda quinzena de fevereiro.

Para Sinpetro-MS, queda no consumo é rebote de medidas restritivas

Para o gerente-executivo do Sinpetro-MS, Edson Lazaroto, a redução no consumo de gasolina pode estar aliada também às medidas de restrição impostas para frear a escalada de contaminações, internações e mortes pela covid-19.

“Os constantes decretos municipais e estaduais, com fechamento quase que total do comércio, escolas públicas e particulares, propiciaram esse cenário de queda, que está sendo muito sentido por todos do segmento”, avalia.

Porém, as medidas mais duras, como a suspensão das atividades não essenciais e toque de recolher mais cedo, foram tomadas pelo governo estadual só em março.

Se o consumo de gasolina cai, o de etanol vem crescendo. Foram 18,626 mil m³ destinados pelas distribuidoras aos postos do Estado em fevereiro, segundo a ANP. O volume está acima da média mensal.