A procura pelo GNV (Gás Natural Veicular) continua em alta em Campo Grande e, cada vez mais, motoristas procuram uma alternativa ao alto preço da gasolina. Com o combustível chegando a custar até R$ 5,67 o litro, o GNV se mostra como uma opção mais atrativa. Em Campo Grande, são poucos os postos com abastecimento de gás natural, mas a tendência é que o cenário mude se o preço da gasolina continuar nas alturas. 

No início do ano, as empresas do setor enfrentaram um pico na demanda pela instalação do kit, que permite o carro rodar com o GNV. Mesmo com a conversão para o gás natural custando até R$ 4 mil, condutores acreditam que o investimento compensa. 

Diante da alta demanda, empresas chegaram até a registrar a falta de matéria-prima, como aconteceu na Sertec Engenharia, localizada no bairro Nova Bandeirantes. O gerente Raul Flores explica que a procura pelos kits continua em alta, mas o fornecimento dos materiais foi normalizado. Ou seja, mesmo que a demanda aumente ainda mais, há capacidade para atender. 

A proprietária da GNV Tech, Dalila Bordignon, que também enfrentou a falta de materiais em março, conta que a situação está mais normalizada. Ela explica que houve falta da matéria-prima principalmente porque os produtos vêm de São Paulo, que estava em na época. 

O gerente Raul comenta que a busca do GNV tem ocorrido principalmente entre os proprietários de veículos populares, que geralmente são motoristas de aplicativo. “Temos feito os serviços em todo tipo de veículo, mas principalmente os populares, como Prisma, Onix e Gol, por exemplo”.

Já Dalila Bordignon explica que depois do pico na procura pelo GNV por parte dos motoristas, agora os atendimentos voltaram à normalidade. “A fez um reajuste que foi um baque para os clientes. Porém, continua sendo vantajoso, para quem roda muito, a economia pode chegar a R$ 1 mil por mês”.

A cada dia, dois motoristas de app aderem ao GNV

O presidente da Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro, explica que tem percebido uma migração forte dos motoristas para o GNV. Com a gasolina nas alturas, ele ressalta que o gás natural tem sido uma tendência não só em Campo Grande, mas também nas metrópoles, como São Paulo. 

Pinheiro comenta que havia uma crença de que o gás acaba com o motor do carro, ideia que caiu por terra. Todos os dias, cerca de dois motoristas de app aderem ao GNV. “Isso é um grande engano, muito pelo contrário. Também dizem que torna o veículo menos potente, na realidade nas cidades onde existem aplicativos de mobilidade urbana, as velocidades são bem reduzidas, ou seja, não precisa de velocidade. Constatamos que por dia em torno de 2 veículos estão aderindo a esse método”, diz. 

Diante da migração para o GNV, o presidente da associação cita que os motoristas querem uma parceria com a MS Gás. “A procura tem sido muito forte, além da grande aceitação,os grandes centros estão migrando para o gás veicular. Pedimos aos empresários donos de postos de gasolina que coloquem a disposição o gás pois sem dúvidas alguma é o combustível do futuro, e São Paulo estão rodando com gás veicular, tanto taxistas como motoristas de aplicativos”.

Onde abastecer? 

Abastecer com gás natural não é exatamente uma novidade, mas como a maioria dos motoristas ainda abastece com gasolina ou etanol, não são todos os postos que oferecem o GNV. Dados da Applic-MS apontam que são pouquíssimos postos com abastecimento de gás natural.

O posto Alloy, na avenida Fernando Corrêa da Costa, conta com abastecimento de GNV, por R$ 4,09/ m³. No Posto Paulista, na avenida Calógeras, o GNV custa R$ 4,12/m³. O Autoposto Miranda, na avenida Gunter Hans, também conta com gás natural. 

A associação dos motoristas indica que o posto localizado no cruzamento da rua 25 de Dezembro com a avenida Mato Grosso e o posto na avenida Afonso Pena, próximo à Perpétuo Socorro, também têm o GNV, mas a reportagem não conseguiu entrar em contato para confirmar os valores.