Quem nunca navegou em sites de compras coletiva para garantir um super desconto em serviços e produtos? A modalidade de e-commerce era muito, muito popular no início da década. O segmento era mania entre os consumidores e garantia, por exemplo, jantares bacanas e horas em spas chiques nos dias e horários de pouco movimento – e tudo por aquele precinho camarada.

Algum tempo depois, ninguém entendeu bem a razão, mas as boas ofertas começaram a desaparecer. O modelo simplesmente saturou e quem não soube se reinventar acabou fechando as portas. A pergunta, portanto, é: o que aconteceu com os famosos sites de compras coletivas? Por onde estão? Do que vivem? Como se comportam? O que oferecem? Hoje, no Jornal Midiamax.

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A Arara Urbana foi referência em compras coletiva em nos anos de 2011 a 2014 – Foto: Reprodução

Vamos lá, desde o começo. Falar de compras coletivas é basicamente uma viagem ao tempo para algum ponto entre 2011 e 2014. Naquela época, a plataforma Arara Urbana tomava conta da preferência dos campo-grandenses quando o assunto era compras coletiva. De alimentação a serviços estéticos, os consumidores ‘bombaram’ a plataforma nos primeiros anos. Criada na própria Capital sul-mato-grossense, a empresa não aguentou o mercado desleal e, anos após a abertura, foi extinta.

O empresário Gustavo Mattos foi um dos idealizadores da plataforma e disse ao Jornal Midiamax que os anos dourados do Arara Urbana foram satisfatórios, com muitas parcerias e serviços, mas o mercado se tornou insidioso e empresas comprometidas com os consumidores acabaram sendo impactadas.

“Os primeiros anos do Arara Urbana foram muito bons porque era novidade. Só que, como toda bolha na internet, existem empresas idôneas, que fazem o trabalho correto, e empresas que vem para se aventurar na novidade. Nisso a gente teve uma prostituição de serviços, produtos e qualidade, e com isso desencadearam vários problemas e atingiu muitos sites, entre eles, o Arara Urbana”, comentou Gustavo.

A partir do terceiro ano de fundação, os empresários começaram a sentir o impacto no negócio, que começou a ficar invisível para os internautas. “O Arara Urbana era um site muito sério e que tinha responsabilidade com o consumidor. Em meados do terceiro para o quarto ano, já começamos a pensar em vender o negócio”, comentou o empresário. A plataforma foi vendida em 2014 para uma empresa franqueada de e posteriormente acabou extinta da internet.

Adaptação no mercado

Com a saturação no mercado, mudanças foram necessárias, pois o conceito de compras coletiva perdeu o sentido, já que não havia mais a necessidade de um número ‘x’ de compradores para validar uma oferta. Com isso, plataformas famosas passaram a apostar nos cupons de desconto.

O Peixe Urbano, popular site de compras coletiva no começo da década, atualmente é um dos principais fornecedores de cupons de desconto. Ao Jornal Midiamax, a empresa explicou por que escolheu o segmento.

“Com o considerável aumento no número de e-commerces no país, acompanhado de datas para fomento de vendas como a Black Friday, os últimos anos marcam uma supersaturação nesse mercado. O movimento traz não só uma concorrência mais acirrada, como também novos formatos de venda”, explicou a empresa.

Na época em que as compras coletiva eram febre, acessar o Grupon era quase que impossível. Fenômeno naquele segmento, a empresa cresceu e adquiriu as operações da Peixe Urbano em 2017 e as empresas foram unificadas. Com a fusão, a Peixe Urbano hoje se classifica como “uma plataforma de vantagens” devido aos seus cupons de desconto.

Quanto mais descontos, melhor

O anuncio de desconto em qualquer produto de nosso interesse sempre será atrativo e essa característica acabou se tornando cultura do brasileiro, define a Peixe Urbano.

“[A compra coletiva] foi uma grande novidade na época, quando a plataforma cresceu extremamente rápido, alcançando 1 milhão de usuários no fim de 2010. Depois disso, a tecnologia passou por mudanças que impactaram diretamente o mercado de e-commerce, inclusive o local”, disse a empresa à reportagem.

Com a tecnologia em constante evolução, a empresa detalha que também precisou se adequar para as vendas mobile e a experiência dos internautas nesse segmento.

Vale a pena?

Na página inicial da Peixe Urbano, logo de cara, já aparecem diversas ofertas para os internautas aproveitarem. Mas vale a pena? A reportagem fez comparações.

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Ingresso de para sessão 3D custa R$ 33 | Foto: Reprodução

Para um consumidor que queira comprar ingresso para ir ao cinema, por exemplo, pagará R$ 26,90 em ingresso 3D. No site da empresa de cinema o ingresso custa R$ 33. Ou seja, a pessoa economiza 18,18% no valor.

Caso o consumidor queira adquirir um passaporte de três dias em um dos maiores parques de diversões do país em Santa Catarina, o cupom permite a compra por R$ 230. No site do parque, o mesmo ingresso para os três dias de lazer, custará R$ 290. A economia será de 20,68%.

Além disso, tem diversos produtos e serviços, como revelação de fotos, descontos em óticas e ofertas de viagem.