O total de famílias endividadas em Campo Grande tem alta e atinge maior patamar em um ano. É o que indica pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22) pela Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul).

De acordo com os dados, são 190.61 famílias que possuem dívidas na Capital, sendo que 103.825 estão com pelo menos alguma conta em atraso. Dentre os entrevistados pelos pesquisadores, 61% afirmaram estar com dívidas.

A pesquisa sobre famílias endividadas revela, ainda, que 57,8% têm dívidas com o cartão de crédito. O segundo tipo de dívida mais comum são os carnês de lojas (29,1%), seguido por financiamento de casa (14,9%), financiamento de carro (14,1%) e crédito pessoal (9,9%).

Diferença entre classes sociais

Dentre os entrevistados que pertencem às classes C, D e E (com rendimento mensal inferior a 10 salários mínimos), 37,1% declararam estar mais ou menos ou muito endividado. Já para os integrantes das classes A e B apenas 13,1% têm essa percepção.

O tipo de dívida também muda conforme o rendimento familiar. Dentre as classes C, D e E, as dívidas com cartão de crédito chegam a 57,8%, enquanto que para as classes A e B esse tipo de dívida representa menos de 50%.

Outra diferença são os carnês. Enquanto que para os que se enquadram nas classes com menor poder aquisitivo o endividamento por carnê de prestação corresponde a 31,3%, para os mais ricos representa 18,4%.

Porém, para o grupo A e B, dívidas com financiamento de carro e casa representam uma fatia maior se comparado aos grupos C, D e E. Para o primeiro, esse tipo de conta é de 73,5%, enquanto que para o segundo é de apenas 20,4%

As dívidas que estão em atraso também são diferentes para as classes. Entre aqueles com rendimento mensal superior a 10 salários mínimos, apenas 20,4% declararam ter atraso nas contas, já entre os que tem rendimento inferior a esse valor o número sobe para 61,1%.

Análise

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, avalia o cenário diante das incertezas da pandemia. “Apesar disso, nos últimos dias percebemos resultados menos piores, na comparação, ao mês de abril, por exemplo. Apesar do aumento do número de endividados e daqueles que estão com contas em atraso, ainda sim temos indicadores com resultados menos negativos”, explicou.

Pesquisa

Participaram 500 famílias campo-grandenses da pesquisa, realizada nos últimos dez dias do mês de maio. O intervalo de confiança é de 95%.