Dólar bate em R$ 5 em dia de caos, mas desacelera alta com Fed e leilões do BC
Em novo dia de tensão e caos no mercado financeiro mundial, o dólar bateu em R$ 5,00 logo pela manhã, em meio ao aumento da preocupação com os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus e a decisão da Casa Branca de barrar viagens da Europa a partir desta sexta-feira. O Banco Central fez quatro leilões […]
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Em novo dia de tensão e caos no mercado financeiro mundial, o dólar bateu em R$ 5,00 logo pela manhã, em meio ao aumento da preocupação com os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus e a decisão da Casa Branca de barrar viagens da Europa a partir desta sexta-feira. O Banco Central fez quatro leilões de dólar ao longo do dia e trouxe alívio ao mercado. A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de injetar US$ 1,5 trilhão no mercado financeiro também ajudou, mas mesmo assim o dólar fechou em novo recorde histórico, com alta de 1,41%, cotado em R$ 4,7891.
O BC injetou ao todo US$ 1,8 bilhão no mercado de câmbio hoje, em dólar à vista. A intenção era colocar mais recursos, pois só o primeiro leilão anunciado era de US$ 2,5 bilhões. Mas o BC acabou recusando várias propostas.
Na avalia do sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra, com os juros baixos no Brasil, o movimento de “carry trade” havia parado, estratégia em que um investidor toma recursos em um mercado de juro baixo e aplicar em outro de taxas altas. “Os investidores estavam sem muita alavancagem em moedas”, disse ele Por isso, não havia tantas posições para proteger em operações de “stop loss”. Assim, a piora do real e outras moedas emergentes foi mais contida que os movimentos vistos em bolsas e nos juros. Só na B3 hoje foram dois circuit breakers e, na renda fixa, o comportamento dos contratos foi disfuncional, com os juros futuros parados no limite máximo de oscilação boa parte do dia.
Investidores têm mostrado frustração com a falta de medidas mais claras de Donald Trump para fazer face aos efeitos do coronavírus, o que ajuda a desencadear movimento de busca de porto seguro. O sócio da gestora Portofino Investimentos, Adriano Cantreva, ressalta que os governos têm mostrado reação rápida ao redor do mundo e Trump não vai querer chegar perto das eleições com a economia americana muito enfraquecida. Para ele, a expectativa é de que os efeitos da doença sejam transitórios, inclusive no Brasil, onde o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer menos que o esperado este ano. A gestora SPX Capital já prevê avanço de apenas 0,9% este ano. Por enquanto, o clima é de “corrida para ativos sem risco”, ressalta Cantreva.
Nos Estados Unidos, o Fed anunciou nesta quinta-feira injeção de US$ 1,5 trilhão entre operações hoje e amanhã em recompras de ativos, em movimento para dar liquidez ao mercado. A operação ajudou a desacelerar a alta mundial do dólar, embora tenha trazido alívio apenas temporário. Foi uma “resposta agressiva”, inundando Wall Street de recursos para lidar com um mercado crescentemente disfuncional, destaca a economista em Chicado da corretora Stifel, Lindsey Piegza.
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