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Economia

Crise da covid vai testar as áreas de cobrança de bancos

A pandemia do novo coronavírus vai ser o primeiro grande teste das áreas de recuperação de créditos vencidos nos grandes bancos de varejo no Brasil. Desde a Operação Lava Jato, os pesos-pesados do setor financeiro se voltaram a essas operações, deixadas de lado por anos. Enquanto o Itaú Unibanco aproveitou a crise do BTG Pactual […]
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A do novo coronavírus vai ser o primeiro grande teste das áreas de recuperação de créditos vencidos nos grandes bancos de varejo no Brasil. Desde a , os pesos-pesados do setor financeiro se voltaram a essas operações, deixadas de lado por anos. Enquanto o Itaú Unibanco aproveitou a crise do BTG Pactual para arrematar a Recovery, o Santander comprou a gestora Ipanema, atual Return. Mais recentemente, o Bradesco adquiriu o controle da RCB Investimentos.

Com o aumento da inadimplência esperado por causa da pandemia, as áreas de cobrança estruturadas nos últimos anos a partir de aquisições serão colocadas à prova. “Todas essas empresas já viveram períodos turbulentos, mas, agora, pela primeira vez em uma grande crise, estão incorporadas aos bancos”, explica o sócio da plataforma de investimentos alternativos Jive, Guilherme Ferreira.

A situação de fragilidade econômica causada pelas medidas de já começa a se refletir na recuperação do crédito, que ficou mais difícil. E deve piorar mais, conforme executivos ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

As carências concedidas para as dívidas em dia em meio à pandemia, nas palavras de um vice-presidente de um grande banco, somente “achatam” a curva da inadimplência que vai elevar a quantidade de empréstimos vencidos. “Nesse momento, as áreas de recuperação de crédito têm um papel super importante, principalmente, nos créditos com atraso longo. São uma extensão do braço de cobrança dos bancos”, diz o presidente da Recovery, Wagner Sanches.

Prazos

Ao “atacar” o bolso dos brasileiros de forma generalizada, a crise gerada pela pandemia dificultou a recuperação de crédito em abril e fez a Recovery flexibilizar as condições de pagamento aos devedores. Além de aumentar a carência, que passou de 30 para 60 dias, os descontos foram ampliados, segundo Sanches. Se antes iam, no máximo, a 85% da dívida, na pandemia, a redução foi até 95% nos casos mais graves.

Pensando no cenário pós-covid, o Itaú Unibanco decidiu reforçar sua estrutura e anunciou essa semana a criação de uma nova diretoria executiva que vai focar e consolidar as áreas de crédito e cobrança, até então segmentadas no banco. A estrutura ficará sob o comando de Marcos Magalhães, até então responsável pela Rede, de maquininhas. “A pandemia nos trouxe o desafio de readequar as nossas prioridades”, diz o diretor-geral de Varejo do Itaú, Márcio Schettini.

O Bradesco tem avançado no trabalho de recuperação de crédito com apoio da RCB Investimentos. Ao que tudo indica, o banco deve exercer sua opção de compra, já prevista em contrato – mas que ainda deve levar alguns anos, para arrematar os outros 35% do negócio, de acordo com duas fontes, na condição de anonimato. Procurado, o banco não comenta.

Na contramão dos competidores privados, o Banco do Brasil segue em busca de um sócio para o seu negócio de cobrança e recuperação de crédito. Criada há mais de dez anos, a Ativos foi inserida na agenda de desinvestimentos da gestão atual, comandada por Rubem Novaes, na esteira da desova de patrimônio público no governo Bolsonaro. A pandemia, contudo, atrapalhou o cronograma e paralisou os processos em andamento.

Os bancos reforçaram suas estruturas de cobrança depois da última crise, quando o crédito minguou e os empréstimos em atraso passaram a ser olhados com mais atenção. Depois de bater o pico na Lava Jato, em 2016, o estoque de dívidas em aberto nas mãos dos cinco maiores bancos brasileiros voltou a subir no ano passado, quebrando a trajetória de dois anos de queda. O volume era de mais de R$ 90 bilhões ao fim de 2019, considerando empréstimos vencidos e não pagos há mais de 90 dias a 180 dias, conforme mostram os balanços consolidados dessas instituições.

Diante de tamanho estoque, os bancos brasileiros começaram, então, a colocar em prática uma visão já madura nos mercados externos, de que a recuperação faz parte do ciclo do crédito e, portanto, dos negócios dessas instituições. “Em algum momento, as estruturas têm de conversar. Nem todo o crédito concedido vai dar certo. A cobrança e recuperação ajuda a retroalimentar o processo”, resume o vice-presidente de um grande banco.

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