Localizada estrategicamente próxima à fronteira com o Paraguai, Dourados poderá se transformar em centro de distribuição de cargas,  uma vez que o município está na rota do Corredor Rodoviário Bioceânico. A projeção é do ministro João Carlos Parkinson de Castro, do Ministério das Relações Exteriores.

Ele esteve em Dourados nesta quarta-feira (11) para apresentar o projeto bilionário que liga os oceanos Atlântico e Pacífico  à representantes do poder público, produtores rurais e empresários. “Queremos com isso, impulsionar o mercado internacional, estreitando ainda mais as relações do Brasil com o mundo.

Segundo ele, o projeto já em fase de implantação e conta com recursos já alocados para esta finalidade. “Os recursos já estão assegurados, são US$ 75 milhões do Fundo Binacional de Itaipu. O grande investimento foi feito pelo Paraguai, que está pavimentando o Chaco, projeto de US$ 770 milhões, projeto pesado, mas estão fazendo com recursos próprios, emissão de títulos no mercado financeiro internacional”, explicou o ministro que é diplomata de carreira no Itamarati.

Entretanto, para firmar posição nesse eixo de relações comerciais, o município terá que se adequar às necessidades que estão sendo criadas a partir da fomentação desse projeto que irá exigir esforços dos setores organizados da sociedade local. “As obras que envolvem Brasil e Paraguai já estão bem aceleradas e devem ser concluídas em até três anos”, destaca João Carlos.

O ministro revela que os investimentos que estão sendo feitos irão permitir a ligação entre Porto Murtinho e os portos dos Norte do Chile, particularmente o porto de Antofagasta, que vai representar enormes vantagens para negócios, turismo, e integração maior com a região.

Segundo ele, isso possibilitará conexão rodoviária entre Porto Murtinho e os portos dos Norte do Chile, particularmente o porto de Antofagasta, que vai representar enormes vantagens para negócios, turismo, e integração maior com a região.

João Carlos também aponta a economia de tempo, uma vez que a ligação com Pacífico será encurtada em 12 dias, agregando vantagens como redução no custo do frete, comercialização de containers a partir dos portos chilenos com redução de custos de 27% para um contêiner de 20 pés, e de 35% para contêiner de 40 pés.

O ministro também destacou a possibilidade de trazer insumos da Ásia e começar a desenvolver na região uma base industrial, com importação de produtos acabados, como carros, computadores, e comercializar, não só em Dourados e Campo Grande, mas distribuir pelo Centro-Oeste para o Norte do país.  “A ideia é criar um centro nacional e regional de distribuição de cargas, tanto para importação quanto exportação”.

“Isso significa gerar empregos, obrigar que o empresário local se familiarize mais com a região, comece a aprender o espanhol e o inglês, a fazer comércio diretamente e não por intermediários com chineses, argentinos, paraguaios, explorar parcerias na região, possibilidade de atrair investimento estrangeiro”, detalhou o ministro.

Na avaliação do assessor especial da prefeitura de Dourados,  Alexandre Mantovani, o município está entusiasmado com a possibilidade de se tornar uma engrenagem importante no  projeto de implantação do Corredor Rodoviário Bioceânico. “Faremos a nossa parte no sentido de viabilizar esse projeto que irá alavancar ainda a economia da nossa cidade. É uma proposta que está diretamente relacionada com a estratégia da gestão da prefeita Délia Razuk , que não medido esforços em atrair investimentos e fomentar a geração de empregos”, disse Mantovani.