Mesmo diante da crise causada pela pandemia do coronavírus, o setor da construção civil é um dos poucos que ainda não sofreu um grande impacto econômico. Os empregos e salários estão mantidos e as obras continuam. Entretanto, caso a pandemia se prolongue, a preocupação é que os lançamentos de empreendimentos sejam adiados, parando obras e causando desemprego. 

O presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha Neto, explica que a quarentena durou pouco em Campo Grande, já que o prefeito Marquinhos Trad (PSD) logo liberou o trabalho nos canteiros e evitou as demissões. Por isso, o trabalho na construção civil continua, mesmo diante da pandemia. 

“Por enquanto, não tivemos demissões. A nossa preocupação é com a possibilidade de problemas ligados ao setor, que é a queda na venda de imóveis. Se isso acontecer, podemos ter problemas nas obras”, diz. No momento, as construtoras não têm cogitado demissões ou suspensões de contrato, segundo o sindicato. 

O presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação em Mato Grosso do Sul), Marcos Augusto Netto, ressalta que ainda não há como prever os problemas que o setor pode enfrentar. Os lançamentos que estavam previstos foram mantidos e a venda de imóveis não parou completamente. 

“Os lançamentos imobiliários estão aguardando uma ‘visão’ depois desse coronavírus, um momento pra gente poder avaliar, está tudo parado, a economia parou. Mas, existem alguns empreendimentos que foram lançados, corretores continuam trabalhando, conversando com clientes, algumas vendas têm saído. É um mercado que está aguardando um desfecho desse coronavírus”, explica.

Para Marcos, saber ao certo que vai acontecer no setor com a pandemia ainda é impossível. “É uma dúvida que fica no ar: quanto tempo vai durar? Tem muitos empreendimentos prontos, temos três ou quatro pra lançar agora. O pessoal queria lançar depois do Carnaval, mas aí explodiu essa bomba”. Ele afirma que a preocupação do sindicato da construção civil tem fundamentos, mas ainda encara com otimismo. “Estamos andando, não na velocidade que deveríamos, mas continuamos trabalhando”.