Se depender da medidas sanitárias paraguaias a economia paraguaia ainda irá continuar sob pressão da pandemia. A quarentena inteligente permitiu a reabertura do comércio em Pedro Juan Caballero nesta segunda-feira (25), mas ele irá funcionar sem consumidores brasileiros, uma vez que as barreiras militares continuam em vigor na Linha Internacional.

Segundo o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto,  a reabertura representa um alívio apenas imediato, mas não tira a economia local do seu estado quase terminal. “Vamos continuar na UT e respirando com a ajuda de aparelhos”, compara o comerciante,  já que os brasileiros não poderão cruzar para o lado paraguaio.

Segundo Víctor, se a fronteira não for reaberta, muitas empresas não irão conseguir sobreviver, já que somente o movimento interno não é capaz de gerar os recursos necessários para pagar os salários e aluguéis de seus trabalhadores. “O comércio interno representa pouco mais de 10% do fluxo. Nosso índice de desemprego é muito alto e muitos comércios nem reabrirão as portas”’, comenta Victor.

Segundo o presidente Câmara de Comércio, além da falta de turistas, Pedro Juan Caballero e também Ponta Porã sente o impacto dos fechamentos das universidades. “Nos últimos anos nossa economia vem sendo estruturada com base na presença permanente de um fluxo diário de mais de 10 mil estudantes”, comenta.

Por enquanto as alternativas para os brasileiros são as compras pelas redes sociais de algumas lojas que já foram reabertas. O pedido virtual é feito, mas se quiser a mercadoria, o consumidor terá que ir buscar na Linha Internacional e receber o produto sobre a cerca de arame farpado. “‘Isso é muito estranho, parece coisa de filme de guerra”, relata o professor Carlos Miranda Braga.

Shoppings

Victor Barreto explicou que os grandes empreendimentos , como o Shopping China também já estão autorizados a reabrirem suas portas, mas não acredita que isso possa ocorrer tão cedo, diante das exigências previstas nas medidas. “Tenho ouvido que por hora eles continuarão fechados principalmente por causa da vigência dos bloqueis e também da alta do dólar”, pondera o dirigente.