Agregar valor aos produtos para atender a demanda e ampliar mercados consumidores. É isso o que defende a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conforme entrevista concedida nesta quarta-feira (25) no Encontro dos Ministros da Agricultura do Brics, realizado na cidade turística de Bonito até quinta-feira (26).
Tereza avaliou ainda como tímidas as exportações do Brasil e, consequentemente, também de Mato Grosso do Sul, já que ainda existem oportunidades diversas a serem exploradas. “Estamos acostumados a fazer soja, carne, um pouco de milho começando agora, algodão. Estamos acostumados apenas com as commodities”, destaca, acrescentando.
“Vimos o potencial de consumo no Oriente Médio. Empresários que nos acompanharam na missão ficaram estarrecidos com o potencial que tem o Kuwait, por exemplo, para produtos de valor agregado do Brasil. Eles tem uma renda per capita de 40 mil dólares, pessoas estão acostumadas a consumir produtos de muita qualidade”, conclui.
Ela ainda acrescenta que o Brasil vai ter que começar a produzir e exportar não só commodities, mas também produtos que agreguem valor. Além disso, a ministra revela que ainda essa semana pode ser anunciado a reabertura do Kuwait para a carne bovina brasileiro.
“Até nas carnes podemos pensar em cortes especiais e não só no que fazemos hoje. Precisamos acompanhar a tendência do que o mundo quer. A gente vai lá e tem a oportunidade de saber o que as pessoas querem e não só o que a gente quer vender”, frisa Tereza.
Por fim, a chefe da pasta de Agricultura aponta que existem fundos de investimento no Oriente Médio interessados em operar no país, comprando empresas ou se associando a elas para produzir no Brasil. A partir disso, ela acredita que a Embrapa pode exercer papel fundamental.
“Vimos nos Emirados Árabes uma fazenda fantástica, toda indoor, por que lá faz 50ºC, existe uma dificuldade maior e custo maior. Aqui a Embrapa terá papel fundamental nesses processos com cooperação. Eles querem sentar e mostrar essa tecnologia, por exemplo, em como usar água salgada na irrigação no Nordeste. Em contrapartida vamos mandar 10 mil cabras para produção de carne e lei. Isso gera emprego, tecnologia e dinheiro”, diz Tereza.
A ministra ainda defendeu que a Embrapa busque recursos a partir de royalties para e adaptar aos cortes federais, anunciando ainda um estudo para modernizar a instituição no ponto de vista de capacidade de produção “como já fez no passado”.